A presidente da
Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai, afirma que o
País enfrenta um dos piores surtos de febre amarela das últimas décadas. Os
números apresentados atualmente só perdem para 2017, ano em que a doença foi
confirmada em 777 pacientes. "Trata-se do mesmo surto. Uma onda que teve
início em 2016", explicou.
A Sociedade
Brasileira de Imunizações é uma entidade científica criada em 1998 para agregar
profissionais de diferentes especialidades interessados no tema.
Para ela, o avanço de
casos de febre amarela no País, mesmo depois do início da campanha de vacinação
nas cidades de São Paulo e Rio consideradas de maior risco para a doença, não
surpreende. "Temos de considerar que os casos agora incluídos nos boletins
não ocorreram nesta semana. Há sempre um atraso entre a infecção, a confirmação
da febre amarela e notificação para os registros oficiais", observou.
Esse descompasso,
avalia Isabella, acentua-se ainda mais em situações de surto. "Os sistemas
estão sobrecarregados. Médicos, diante da suspeita da doença, também notificam
muito mais e é bom que seja assim". A expectativa de especialistas é de
que, dentro dos próximos dias e com a melhoria da cobertura vacinal, a
velocidade do avanço da doença comece a diminuir.
Isabella, contudo,
alerta que dois problemas graves ainda estão ocorrendo. "Pessoas com
indicação da vacina não estão se vacinando e aqueles com contraindicações,
insistem em se imunizar. Seja integral ou fracionada, a vacina é eficaz e
segura. Mas tem contraindicações, que devem ser observadas", disse.
É o caso de idosos.
Eles somente devem ser vacinados em áreas onde há circulação de vírus. Mulheres
que estão amamentando bebês menores de seis meses e vivem em área de risco, por
sua vez, devem consultar o pediatra.
"O ideal é que
elas tomem a vacina e, durante dez dias, interrompam o aleitamento, porque a
vacina não é indicada para menores de seis meses. Passados esses dias, elas
podem retomar a amamentação", explicou. Para mulheres que amamentam bebês
acima dos seis meses, a vacina está liberada, desde que não haja nenhuma outra
contraindicação associada. O efeito protetor da vacina surge a partir do décimo
dia depois da aplicação. (A ATARDE)
Nenhum comentário:
Postar um comentário