O problema de Thaís
se repete entre as integrantes da Associação de Pais de Anjos da Bahia (Apab),
que reúne 190 mães de crianças que tiveram microcefalia, e da Ong Abraço a
microcefalia, que congrega outras 250.
“As crianças que
tiveram microcefalia atingiram a idade para estudar este ano, mas as escolas
não têm cuidador individual. É preciso porque muitas delas não têm controle do
tronco e do pescoço. Muitos locais não tem adaptação, nem elevador. O município
fez as matrículas, deu prioridade, mas não fez adaptações”, reclamou a
presidente da Apab, Ingrid Graciliano.
Segundo Ingrid, há
dificuldade também em escolas da rede privada, mas a grande maioria das mães
recorre às públicas por não ter condições de arcar com gastos de mensalidade
escolar.
“Algumas pessoas
estão conseguindo contornar o problema com a boa vontade de diretores,
professores, mas muitas escolas não têm o profissional de apoio escolar como
deveriam e nem as cadeiras adaptadas”, acrescentou a vice-presidente da ONG
Abraço a microcefalia, Mila Mendonça.
Contratação
A Secretaria
Municipal de Educação não informou quantos profissionais de apoio escolar já
foram contratados pela prefeitura. Por meio de nota, informou que “já tem
profissionais atuando nas escolas” e que foi realizado uma seleção via Reda
“para que haja adequação às novas demandas”. “As contratações já estão
ocorrendo e em breve ocorrerão novas convocações”, ressaltou, em nota, a
secretaria.
Segundo dados da
secretaria, há 24 alunos com a Síndrome Congênita do Zika Vírus matriculados na
rede municipal. “A necessidade de profissional de apoio escolar é definida de
acordo com as especificidades de cada deficiência e de cada aluno. Há alunos que
precisam de atenção individualizada e outros podem ser acompanhados de forma
coletiva. Cada caso é avaliado por profissionais das áreas pedagógica, através
da Smed, e médica, através da Secretaria de Saúde”, destacou, em nota, o
município.
A secretaria informou,
ainda, que as escolas da rede municipal estão “abertas e aptas para acolher
todos, desde as crianças da educação infantil até idosos”. “No caso, em
especial, da Síndrome Congênita do Zika Vírus, considerando que se trata de um
problema recente, que ainda é objeto de estudo pelos mais diversos campos de
pesquisa, há uma adequação contínua às novas e crescentes demandas”, finalizou
o órgão municipal.
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