domingo, 25 de fevereiro de 2018

Educação de filhos com microcefalia preocupa pais

O problema de Thaís se repete entre as integrantes da Associação de Pais de Anjos da Bahia (Apab), que reúne 190 mães de crianças que tiveram microcefalia, e da Ong Abraço a microcefalia, que congrega outras 250.

“As crianças que tiveram microcefalia atingiram a idade para estudar este ano, mas as escolas não têm cuidador individual. É preciso porque muitas delas não têm controle do tronco e do pescoço. Muitos locais não tem adaptação, nem elevador. O município fez as matrículas, deu prioridade, mas não fez adaptações”, reclamou a presidente da Apab, Ingrid Graciliano.

Segundo Ingrid, há dificuldade também em escolas da rede privada, mas a grande maioria das mães recorre às públicas por não ter condições de arcar com gastos de mensalidade escolar.

“Algumas pessoas estão conseguindo contornar o problema com a boa vontade de diretores, professores, mas muitas escolas não têm o profissional de apoio escolar como deveriam e nem as cadeiras adaptadas”, acrescentou a vice-presidente da ONG Abraço a microcefalia, Mila Mendonça.

Contratação

A Secretaria Municipal de Educação não informou quantos profissionais de apoio escolar já foram contratados pela prefeitura. Por meio de nota, informou que “já tem profissionais atuando nas escolas” e que foi realizado uma seleção via Reda “para que haja adequação às novas demandas”. “As contratações já estão ocorrendo e em breve ocorrerão novas convocações”, ressaltou, em nota, a secretaria.

Segundo dados da secretaria, há 24 alunos com a Síndrome Congênita do Zika Vírus matriculados na rede municipal. “A necessidade de profissional de apoio escolar é definida de acordo com as especificidades de cada deficiência e de cada aluno. Há alunos que precisam de atenção individualizada e outros podem ser acompanhados de forma coletiva. Cada caso é avaliado por profissionais das áreas pedagógica, através da Smed, e médica, através da Secretaria de Saúde”, destacou, em nota, o município.


A secretaria informou, ainda, que as escolas da rede municipal estão “abertas e aptas para acolher todos, desde as crianças da educação infantil até idosos”. “No caso, em especial, da Síndrome Congênita do Zika Vírus, considerando que se trata de um problema recente, que ainda é objeto de estudo pelos mais diversos campos de pesquisa, há uma adequação contínua às novas e crescentes demandas”, finalizou o órgão municipal.

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