Cinco dias após ter
sido solto de prisão domiciliar pelo ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF), Edson Fachin, o ex-diretor geral da Defesa Civil de Salvador, Gustavo
Ferraz, preso no caso do bunker de R$ 51 milhões e apontado como homem de
confiança do ex-ministro ministro Geddel Vieira Lima, foi flagrado por A TARDE
curtindo o Carnaval na noite de sexta-feira, 9, no circuito Dodô (Barra-Ondina)
ao lado da esposa e amigos.
Abordado pela
reportagem nas proximidades do camarote Expresso 2222, por volta das 20h30, ele
disse que não é delator e nega que tenham sido encontradas suas "digitais
em malas", no plural, conforme noticiou a imprensa. Mas, sim, que foi
encontrado em somente um saco plástico a marca de "metade do dedo anelar
direito", conforme estaria registrado no processo. Ferraz disse que a
imprensa criou um personagem dele que não corresponde à realidade.
Perguntado se sua
disposição em colaborar com as investigações da Polícia Federal (PF) tem
relação com uma possível delação premiada, Ferraz negou: "Tem a verdade do
que eu fiz. Não tenho delação para fazer, até porque a imprensa criou um
personagem que não sou eu, não sou operador, um delator ou... que carregou...você
tem que ver o processo antes de conversar comigo para você saber o que está lá.
Esse é um processo. Tem que passar informação para a sociedade como realmente
as coisas estão acontecendo".
Lembrado de que
encontraram suas digitais em parte do dinheiro localizado no apartamento no
bairro da Graça, ele também negou: "Não, tem uma digital em um saco
plástico, metade desse dedo aqui [mostra], metade do anelar direito". E
defendeu-se: "O ministro Fachin não libera as pessoas sem uma razão de ser.
Ele é um ministro que está agindo rigorosamente nessas investigações, não é
verdade? Se ele revogou as medidas cautelares é porque ele enxergou que eu não
sou o que vocês [da imprensa] estão dizendo para a sociedade".
Ao ser questionado
sobre seu depoimento à PF no dia 8 de setembro de 2017, no qual disse que teria
se sentido traído por Geddel ao descobrir que parte do dinheiro que foi buscar
para candidatos peemedebistas baianos nas eleições de 2012 foi encontrada no
bunker, deu outra versão: "Veja bem, o contexto da conversa, na verdade,
foi com o delegado federal que é a única pessoa que eu tive contato durante
todo esse período. Foi uma pergunta que ele fez e ele colocou isso no
depoimento. Não fui eu que respondi isso pra ele".
Ferraz voltou a dizer
que a imprensa precisa ler o processo e não quis mais conversar: "Vocês
precisam ter acesso às informações. Estou aqui no Carnaval, com minha mulher
aqui, certo. Estou atendendo você de uma forma delicada, não posso agora sentar
com vocês [e falar sobre o caso]. Se é para fazer matéria, vamos fazer de forma
decente, não aqui né". E seguiu caminho sentido Ondina.
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