sábado, 10 de fevereiro de 2018

Solto de prisão domiciliar, Gustavo Ferraz curte Carnaval na Barra

Cinco dias após ter sido solto de prisão domiciliar pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, o ex-diretor geral da Defesa Civil de Salvador, Gustavo Ferraz, preso no caso do bunker de R$ 51 milhões e apontado como homem de confiança do ex-ministro ministro Geddel Vieira Lima, foi flagrado por A TARDE curtindo o Carnaval na noite de sexta-feira, 9, no circuito Dodô (Barra-Ondina) ao lado da esposa e amigos.

Abordado pela reportagem nas proximidades do camarote Expresso 2222, por volta das 20h30, ele disse que não é delator e nega que tenham sido encontradas suas "digitais em malas", no plural, conforme noticiou a imprensa. Mas, sim, que foi encontrado em somente um saco plástico a marca de "metade do dedo anelar direito", conforme estaria registrado no processo. Ferraz disse que a imprensa criou um personagem dele que não corresponde à realidade.

Perguntado se sua disposição em colaborar com as investigações da Polícia Federal (PF) tem relação com uma possível delação premiada, Ferraz negou: "Tem a verdade do que eu fiz. Não tenho delação para fazer, até porque a imprensa criou um personagem que não sou eu, não sou operador, um delator ou... que carregou...você tem que ver o processo antes de conversar comigo para você saber o que está lá. Esse é um processo. Tem que passar informação para a sociedade como realmente as coisas estão acontecendo".
 
Lembrado de que encontraram suas digitais em parte do dinheiro localizado no apartamento no bairro da Graça, ele também negou: "Não, tem uma digital em um saco plástico, metade desse dedo aqui [mostra], metade do anelar direito". E defendeu-se: "O ministro Fachin não libera as pessoas sem uma razão de ser. Ele é um ministro que está agindo rigorosamente nessas investigações, não é verdade? Se ele revogou as medidas cautelares é porque ele enxergou que eu não sou o que vocês [da imprensa] estão dizendo para a sociedade".

Ao ser questionado sobre seu depoimento à PF no dia 8 de setembro de 2017, no qual disse que teria se sentido traído por Geddel ao descobrir que parte do dinheiro que foi buscar para candidatos peemedebistas baianos nas eleições de 2012 foi encontrada no bunker, deu outra versão: "Veja bem, o contexto da conversa, na verdade, foi com o delegado federal que é a única pessoa que eu tive contato durante todo esse período. Foi uma pergunta que ele fez e ele colocou isso no depoimento. Não fui eu que respondi isso pra ele".


Ferraz voltou a dizer que a imprensa precisa ler o processo e não quis mais conversar: "Vocês precisam ter acesso às informações. Estou aqui no Carnaval, com minha mulher aqui, certo. Estou atendendo você de uma forma delicada, não posso agora sentar com vocês [e falar sobre o caso]. Se é para fazer matéria, vamos fazer de forma decente, não aqui né". E seguiu caminho sentido Ondina.

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