Apesar de principal
jogador do Bahia desde 2017 e cobiçado por grandes clubes do futebol
brasileiro, Zé Rafael também convive com críticas. Parte da torcida tricolor
reclama que o meia dá uma de 'delegado' e prende muito a bola em algumas
situações.
Porém, o meia, que
foi um dos jogadores mais regulares do Bahia na temporada passada, segue
entrando em campo com muita frequência. Do elenco de Guto, é quem mais jogou
até aqui. Ele, Élber e Vinícius são os únicos que disputaram todas as cinco
partidas que o Tricolor fez no ano.
Os números do atleta
na última temporada também chamam atenção. Ele esteve em campo em 60 dos 68
jogos que o Tricolor disputou, incluídos aqui os dois amistosos da Flórida Cup.
Em 55, foi titular. Já na Série A, disputou 36 das 38 partidas, sendo titular
em 35. Nesse quesito, só ficou atrás do goleiro Jean, que disputou todos os
jogos do Brasileirão.
Segundo o
fisiologista do Bahia, Maurício Maltez, Zé é um jogador com biótipo
diferenciado.
"Ele é um atleta
diferenciado, porque consegue manter uma performance física em todas as
partidas. Com o monitoramento, a gente consegue monitorar todas as ações que
ele desenvolve durante os treinos e jogos. É um equipamento moderno, que
consegue detectar as distâncias percorridas, o número de ações em alta velocidade,
os sprints, que são essas ações de potência em curto espaço de tempo. Hoje,
temos a certeza de que o Zé Rafael é um atleta diferenciado porque ele consegue
manter performance, e uma performance muito elevada. Em diversas partidas, é o
atleta que mais corre em volume e em intensidade, então, em distância
percorrida e o número de ações em alta intensidade." – afirmou em
entrevista ao GloboEsporte.com.
O que mais chama a
atenção no jogador é sua recuperação acelerada após as partidas. Maltez explica
que, apesar de o meia ser, em geral, o jogador com melhor rendimento físico em
campo, seu corpo não apresenta grande desgaste.
"O que mais me
impressiona, enquanto fisiologista, é a performance do Zé pós-jogo. A
recuperação dele é muito rápida. O futebol hoje dispõe de uma tecnologia de
quantificação de uma enzima, a CK, que participa do processo metabólico
anaeróbio. O que é isso? Um processo metabólico que consegue fornecer energia
para a musculatura, para o corpo, de uma forma rápida, para que o atleta possa
desenvolver essas ações de uma forma muito rápida e se recuperar de uma forma
muito rápida. Então, essa enzima que participa do processo metabólico, a gente
consegue monitorar pós-atividade, com 24 ou 48 horas pós-jogo. Geralmente,
esses atletas que têm muitas ações de alta intensidade, eles extrapolam essa
quantidade metabólica, e fica muita enzima CK disponível no sangue, portanto
quando a gente vai monitorar isso e vê que a CK do atleta está muito alta, é
porque ele fez muitas ações de intensidade, e isso gera um risco de lesão
muscular".
Maurício Maltez sabe
que existe a possibilidade de lesão, entretanto defende que, no caso de Zé
Rafael, que na sua avaliação é um atleta diferenciado, o risco é menor.
"Ameniza,
obviamente, o risco de lesões, então a gente acredita que o risco de lesão
muscular, para ele, é menor, mas claro, como qualquer atleta de rendimento, que
envolve muitas ações, mudança de direção, potência, força, várias valências
físicas, ele também corre risco, mas é diferente. Ele tem capacidades
diferentes, o que para mim, enquanto fisiologista, me dá um pouco de
tranquilidade".
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