O deputado Paulo
Maluf (PP-SP), preso desde o dia 20 no Complexo Penitenciário da Papuda, vai
continuar cumprindo a pena em regime fechado. A decisão é desta quarta-feira
(17), do juiz Bruno Macacari, da Vara de Execuções Penais (VEP) da Justiça
Federal do Distrito Federal, feita a partir do pedido da defesa do parlamentar,
de 86 anos, para que ele cumprisse a pena em casa por motivos de saúde. Maluf
tem câncer de próstata.
Macacari negou o
pedido afirmando que a prisão domiciliar humanitária não “merece acolhimento”
para o caso de Maluf.
A defesa do
parlamentar alegava que o estado de saúde e a idade avançada precisavam ser
levadas em conta pela justiça, e que o complexo da Papuda não tinha condições
de oferecer os cuidados médicos necessários a Maluf.
Em sua decisão, o
juiz do DF afirmou que, no que se referia às restrições de movimento de Maluf e
aos cuidados necessários em virtude de problemas que tem na coluna lombar,
através de prova “substanciosa”, não se vê em Maluf “estado de tamanha
debilidade que busca ostensivamente demonstrar”.
Macacari também
destacou que o fator idade, por si só, não autoriza maior elasticidade das
previsões legais já mencionadas, tanto assim “que o sistema carcerário do
Distrito Federal conta, hoje, com cerca de 144 (cento e quarenta e quatro)
internos idosos”.
E não poderia ser
diferente, aliás, sob pena de se admitir a existência de verdadeiro
salvo-conduto para que pessoas idosas acima de 70 anos (idade estabelecida para
a possibilidade da prisão domiciliar prevista na LEP (art. 117, inciso I)
persistam ou se iniciem na atividade criminosa, firmes na crença de que, se
condenadas, não serão penalizadas com nenhuma outra medida que o recolhimento
em seu próprio lar”, afirma o juiz.
Macacari ainda cita
um programa televisivo de outubro em que, em sua visão, Maluf se movimentou com
“aparente destreza, apesar da idade avançada, jamais se apoiando, durante a
entrevista, na bengala de que passou a se servir desde que emanada a ordem de
prisão do c. STF.”
“Isso considerando, a
despeito de tais conclusões, o certo é que o sistema carcerário como um todo, e
o bloco em que acomodado o sentenciado, em particular, estão preparados para
fazer frente a eventuais limitações de movimento que ele venha a apresentar”,
observou o juiz.
A defesa de Maluf foi
procurada, e não havia respondido a reportagem até a publicação deste texto.
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