A volta do
auxílio-moradia para militares da Marinha, extinto em dezembro de 2000, foi
defendida pelo almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira. “O topo da nossa
carreira, depois de 45 anos de serviço, muitas vezes, não é nem o piso de
outras”, afirmou Leal Ferreira. E completou: “Isso dá um incômodo e uma sensação
de injustiça”, disse em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo.
Segundo a publicação,
o benefício é reivindicado também por integrantes do Exército e da Aeronáutica.
Dados de um estudo do Ministério da Defesa sobre os vencimentos da categoria
apontam que a volta do auxílio-moradia para as Forças Armadas custaria R$ 2,2
bilhões neste ano. O valor se refere ao pagamento a 246 mil militares na ativa
das três Forças.
Ainda de acordo com o
comandante, os militares, que vêm participando de ações de segurança pública em
capitais e grandes cidades, acabam morando em áreas de risco, muitas vezes
controladas pelo tráfico e milícias, “onde as famílias ficam vulneráveis e são
ameaçadas”. “O risco de contaminação da tropa (pelo crime organizado) é grande,
principalmente porque a Marinha participa, junto com o Exército, das operações
nestes locais”, afirmou o almirante Leal Ferreira.
Um estudo da Defesa
aponta que, se o auxílio-moradia voltasse a existir nas Forças, o valor médio
pago aos militares seria de R$ 748 mensais. Pela lei extinta, a indenização
variava de acordo com o posto.
Dados do Ministério
do Planejamento apontam que o governo desembolsou, em 2016, R$ 900 milhões com
auxílio-moradia para integrantes do Executivo, Legislativo e Judiciário. Esse
gasto representou 5,42% de todos os benefícios pagos a servidores naquele ano.
A mesma preocupação
com esse tipo de contaminação da tropa já havia sido manifestada pelo
comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário