O auditor fiscal do
Ministério do Trabalho Humberto Clélio Pereira foi ouvido na Delegacia
Especializada em Investigações Criminais (Deic) na manhã desta segunda-feira
(29). Ele pilotava a lancha que causou o amputamento de uma das pernas da
operadora de caixa, Crislania Sousa, 22 anos. O acidente aconteceu no dia 2 de
setembro do ano passado.
Após o depoimento, o
auditor fiscal saiu da delegacia sem falar com a imprensa.
Na época, o delegado
responsável disse que o piloto da lancha cometeu uma lesão corporal gravíssima,
mas ainda tenta apurar se houve intenção. Em um vídeo feito dentro da
embarcação, ele aparece bebendo cerveja antes do acidente. Naquele dia, o homem
esperou o Samu resgatar a jovem, mas foi embora antes da chegada da polícia.
Ele só se apresentou
na delegacia no dia seguinte, negou ter ingerido bebida alcoólica e foi
liberado. A TV Anhanguera teve acesso ao depoimento dele. O auditor nega que
estava fazendo brincadeira e diz que a jovem escorregou na escada e caiu.
O delegado pediu na
justiça para fazer mais duas perícias. "A lesão é inquestionável, o que
importa neste momento é saber se essa ação por parte do investigado foi dolosa,
um dolo eventual, se ele assumiu o risco do resultado. Ou se ela foi culposa e
de alguma forma ele não tomou os procedimentos que eram esperados dele",
disse o delegado Wanderson Queiroz.
As duas pernas da
jovem foram atingidas, sendo que uma precisou ser amputada. Ela saiu do
Hospital Geral de Palmas (HGP) no último final de semana, depois de passar 70
dias internada.
Crislania estava em
uma lancha no lago de Palmas no momento do acidente (Foto: Reprodução/Facebook)
Crislania estava em uma lancha no lago de Palmas no momento do acidente (Foto:
Reprodução/Facebook)
Crislania estava em
uma lancha no lago de Palmas no momento do acidente (Foto: Reprodução/Facebook)
Ela ainda teve
infecção generalizada no hospital e sofreu um choque hemorrágico porque perdeu
muito sangue. Também precisou fazer dez curativos especiais que, segundo a
família, custaram R$ 7 mil cada.
Por causa da
gravidade dos ferimentos, a operadora de caixa teve que fazer um desvio no
intestino e usa uma bolsa de colostomia. Depois que ela se recuperar e os
machucados cicatrizarem totalmente, o tratamento vai entrar em outra fase: a
reabilitação para finalmente receber uma prótese.
A jovem se emociona
ao lembrar do momento que recebeu a notícia de que perdeu uma perna.
"Minha tia falou: ‘Fizeram de tudo para resgatar sua perna, salvar, mas
não conseguiram.’ Eu falei que não, minha perna tá aqui eu estou sentindo ela.
Aí minha tia disse que tiraram. Eu puxava, caçava [sic]. Fiquei desesperada,
chorei, mas depois Deus me deu força e eu superei isso. É seguir em frente,
bola para frente."(R7)
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