segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Piloto de lancha que amputou perna de jovem presta depoimento em Palmas

 
O auditor fiscal do Ministério do Trabalho Humberto Clélio Pereira foi ouvido na Delegacia Especializada em Investigações Criminais (Deic) na manhã desta segunda-feira (29). Ele pilotava a lancha que causou o amputamento de uma das pernas da operadora de caixa, Crislania Sousa, 22 anos. O acidente aconteceu no dia 2 de setembro do ano passado.

Após o depoimento, o auditor fiscal saiu da delegacia sem falar com a imprensa.

Na época, o delegado responsável disse que o piloto da lancha cometeu uma lesão corporal gravíssima, mas ainda tenta apurar se houve intenção. Em um vídeo feito dentro da embarcação, ele aparece bebendo cerveja antes do acidente. Naquele dia, o homem esperou o Samu resgatar a jovem, mas foi embora antes da chegada da polícia.

Ele só se apresentou na delegacia no dia seguinte, negou ter ingerido bebida alcoólica e foi liberado. A TV Anhanguera teve acesso ao depoimento dele. O auditor nega que estava fazendo brincadeira e diz que a jovem escorregou na escada e caiu.

O delegado pediu na justiça para fazer mais duas perícias. "A lesão é inquestionável, o que importa neste momento é saber se essa ação por parte do investigado foi dolosa, um dolo eventual, se ele assumiu o risco do resultado. Ou se ela foi culposa e de alguma forma ele não tomou os procedimentos que eram esperados dele", disse o delegado Wanderson Queiroz.

As duas pernas da jovem foram atingidas, sendo que uma precisou ser amputada. Ela saiu do Hospital Geral de Palmas (HGP) no último final de semana, depois de passar 70 dias internada.
 
Crislania estava em uma lancha no lago de Palmas no momento do acidente (Foto: Reprodução/Facebook) Crislania estava em uma lancha no lago de Palmas no momento do acidente (Foto: Reprodução/Facebook)
Crislania estava em uma lancha no lago de Palmas no momento do acidente (Foto: Reprodução/Facebook)
Ela ainda teve infecção generalizada no hospital e sofreu um choque hemorrágico porque perdeu muito sangue. Também precisou fazer dez curativos especiais que, segundo a família, custaram R$ 7 mil cada.

Por causa da gravidade dos ferimentos, a operadora de caixa teve que fazer um desvio no intestino e usa uma bolsa de colostomia. Depois que ela se recuperar e os machucados cicatrizarem totalmente, o tratamento vai entrar em outra fase: a reabilitação para finalmente receber uma prótese.
 
A jovem se emociona ao lembrar do momento que recebeu a notícia de que perdeu uma perna. "Minha tia falou: ‘Fizeram de tudo para resgatar sua perna, salvar, mas não conseguiram.’ Eu falei que não, minha perna tá aqui eu estou sentindo ela. Aí minha tia disse que tiraram. Eu puxava, caçava [sic]. Fiquei desesperada, chorei, mas depois Deus me deu força e eu superei isso. É seguir em frente, bola para frente."(R7)

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