A produção industrial
recuou em dezembro de 2017, como é usual para o mês, mas a retração foi menor
do que a verificada em anos anteriores, de acordo com sondagem divulgada nesta
quarta-feira (24) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em uma escala
na qual valores abaixo dos 50 pontos significam queda na atividade do setor, o
indicador do mês passado ficou em 42,4 pontos. Apesar de significar menor
produção que a de novembro, a perda de desempenho em dezembro de 2017 foi a
menor para o mês desde 2011, quando o indicador ficou em 42,6 pontos. Em dezembro
de 2016, por exemplo, o índice de produção ficou em 40,7 pontos. "Dezembro
costuma ser um mês de ajustes para a indústria, com queda da atividade por
conta do fim das encomendas para o período de festas. Em 2017, não foi
diferente. Ressalte-se, contudo, que a desaceleração em 2017 foi mais branda
que em outros anos, o que sugere a manutenção do processo de recuperação da
indústria no encerramento do ano", avaliou a CNI, no documento. Da mesma
fora, em todos os anos há redução de postos de trabalho na indústria de
novembro para dezembro. Na escala na qual valores abaixo dos 50 pontos
representam recuo, o indicador de emprego ficou em 47,6 pontos no mês passado,
também o melhor resultado para dezembro desde 2011. "Ou seja, a queda do
número de empregados foi a mais reduzida para o mês em sete anos",
completa a entidade. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) na indústria
também recuou em dezembro, de 68% para 64%, mas acabou o ano em um patamar um
pouco superior ao registrado no fim de 2016, quando encerrou dezembro em 63%.
Ainda assim, a UCI está distante do usual para o período, com um indicador de
41,4 pontos em dezembro, bem abaixo da linha divisória dos 50 pontos. O nível
de estoques no setor ficou em 46,4 pontos em dezembro, também significando um
recuo em relação a novembro. Já o índice de estoques em relação ao planejado
pelas empresas ficou em 49,5 pontos, praticamente na linha divisória dos 50
pontos, mostrando que os estoques estão bem controlados na indústria. A
sondagem da CNI também mostra que a insatisfação dos empresários do setor com a
situação financeira e com suas margens de lucro seguiram diminuindo pelo sétimo
trimestre consecutivo. Ambos, no entanto, permanecem abaixo da linha divisória
dos 50 pontos que separa a insatisfação da satisfação. No caso da situação
financeira, o índice passou de 45,5 pontos para 47,3 pontos no quarto trimestre
do ano passado. Já o indicador de satisfação com a margem de lucro operacional
passou de 41,8 pontos para 42,8 pontos na mesma comparação. O índice de acesso
ao crédito passou de 35,5 pontos para 37,3 pontos no trimestre, mas também
ainda está muito abaixo da linha divisória dos 50 pontos. A carga tributária
continuou citada como principal problema para o setor (44,3%), seguida pela
falta de demanda (34,7%) e a inadimplência dos clientes (19,7%). Ainda assim os
empresários iniciaram 2018 com otimismo. O índice de expectativas de demanda
para os próximos seis meses passou de 53,8 pontos em dezembro para 56,6 pontos
em janeiro deste ano. A intenção de investimentos subiu de 52,2 pontos para
53,0 pontos, assim como as perspectivas de compra de matérias primas (de 52,1
pontos para 54,7 pontos) e de quantidade exportada (de 53,5 pontos para 54,7
pontos). A expectativa sobre o emprego ultrapassou a linha divisória dos 50
pontos e passou de 48,7 pontos para 50,2 pontos neste mês.(BN)
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