Um líder do tráfico
de drogas que atuava no Extremo Sul da Bahia foi executado com vários tiros na
noite desta terça-feira (16) junto com a esposa, um casal de filhos e um genro,
na BR-101, na região de Mucuri, distante 5 km da divisa com o Espírito Santo.
Jalperaz do Espírito Santo Rocha, conhecido como Soca e Coroa, havia saído do
Conjunto Penal de Teixeira de Freitas, onde há três anos cumpria pena por
tráfico, às 17h desta terça. Duas horas depois, por volta das 19h, foi morto
junto com a família.
Líder do tráfico em
cidades da Costa das Baleias, de acordo com a Polícia Civil, ele era suspeito
de vários homicídios, inclusive uma chacina que resultou, em 2012, na morte de
quatro pessoas e outras quatro feridas em Prado, uma das cidades onde atuava na
região. Ele foi preso pelo crime em 2013.
A Polícia Civil
afirmou que informações obtidas junto a familiares do traficante dão conta de
que ele estava fugindo para o estado capixaba com medo dos rivais e iria se
reestruturar para voltar com mais força para o tráfico no Extremo Sul.
Jalperaz do Espírito
Santo Rocha, Dilma Maria dos Santos Oliveira (esposa), Gabriela Oliveira Rocha,
Alan Cláudio de Sousa Felipe e Jalperaz do Espírito Santo Filho (da esquerda
para direita)
Foto: Liberdade
News/Reprodução
Na chacina que o
vitimou junto com a família, quatro homens armados com pistolas em um Toyota
Corolla branco fecharam o carro em que seguiam viagem – um Siena vermelho
dirigido pelo genro Alan Cláudio de Sousa Felipe, 22 – e fizeram os disparos.
Todos os integrantes
do veículo morreram na hora. As outras vítimas são Dilma Maria dos Santos
Oliveira Rocha, 40, (esposa) e o casal de filhos Jalperaz do Espírito Santo
Rocha Junior, 17, e Gabriela Oliveira Rocha, 22, grávida de sete meses.
A delegada Valéria
Fonseca Chaves, coordenadora da 8ª Coordenadoria de Polícia do Interior
(Corpin), sediada em Teixeira de Freitas, informou que no local do crime foram
encontradas projéteis de pistolas 9 milímetros e ponto 45.
Anotações do tráfico
Já dentro do veículo
foram encontradas diversas anotações em um caderno referentes ao tráfico de
drogas e munições de pistolas 9 milímetros. “Até onde sabemos, os outros envolvidos
não tinham relação com o tráfico, mas estamos investigando”, disse a delegada.
De acordo com a
delegada o traficante atuava de forma isolada e havia saído do Conjunto Penal
depois de ganhar a liberdade em regime aberto. “Dentro do presídio parecia um
santo, mas quando saía era um demônio, sobretudo para os rivais”, falou.
O traficante, segundo
a polícia, atuava tanto no Extremo Sul quando na região norte do Espírito Santo
e de Minas Gerais, que, junto com a Bahia formam a área do que a polícia chama
de “tríplice fronteira do tráfico de drogas”.
Chacina no Prado
No dia 11 julho de
2012, Jalperaz chegou a um bar na garupa de uma moto pilotada pelo comparsa
Edmílson Santana Ramos. Ele desceu da moto e atirou com uma pistola 9mm contra
vários clientes do estabelecimento.
Elias de Assis, 43, o
Dazinho, Luzivaldo Silva, 38, e Valdinei de Jesus Moreira, 33, morreram no
local. Em seguida, Jalperaz matou Reginaldo dos Santos Ricardo, um dos vizinhos
do bar. Ele então fugiu de barco pelo rio Jucuruçu até reencontrar Edmílson,
deixar o bote no rio, e seguir de moto.
Durante a fuga, no
trevo de acesso a Alcobaça, a dupla foi abordada por uma equipe da Polícia
Militar. Após troca de tiros, Edmílson morreu após ser atingido por três
disparos e Jalperaz, apesar de ser atingido na perna, conseguiu fugir por um
matagal.
Ele acabou preso em
abril de 2013, capturado pela polícia do Espírito Santo, nas imediações de
Balneário de Guriri, na cidade de São Mateus. Jalperaz tinha um mandado de
prisão expedido pela Justiça da Bahia e outro pela Justiça capixaba. ( CORREIO)
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