BRASÍLIA — O
Ministério Público Federal em Brasília (MPF-DF) pediu que os ex-presidentes da
Câmara Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, ambos do PMDB, sejam condenados,
respectivamente, a 386 anos e 78 anos de prisão. O MPF apresentou à 10ª Vara
Federal de Brasília, nesta terça-feira, as alegações finais na ação penal
derivada da Operação Sépsis, que investiga desvios no Fundo de Investimentos do
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS).
O MPF pediu ainda que
Cunha, acusado de corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e
prevaricação, pague uma multa de R$ 13,7 milhões; e que Alves, denunciado por
corrupção passiva e lavagem de dinheiro, pague R$ 3,2 milhões. Os procuradores afirmam que os dois são
"criminosos em série", com "personalidades voltadas para o
crime", que fizeram "da política e da vida pública um caminho para a
vida delituosa".
“A República, em
grande extensão, foi vítima dos delitos praticados pelos mencionados acusados,
sofrendo um prejuízo moral incalculável. A reprovabilidade de suas condutas,
portanto, é absoluta, máxima”, diz o texto.
Também são réus no
processo o operador Lúcio Bolonha Funaro, o ex-vice-presidente da Caixa Fábio
Cleto e o empresário Alexandre Margotto. Como os três fecharam acordos de
delação premiada, o MPF ressaltou que os acordos estabelecem penas máximas: 30
anos para Funaro, 10 anos para Cleto e nove anos para Margotto.
Para os procuradores,
como os três "decidiram redimir-se de seus erros e passaram a colaborar
com a Justiça e o Estado brasileiro", a Justiça "deve mostrar-se mais
moderada".
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O MPF afirma que
Cunha e Alves indicaram Cleto para a vice-presidência da Caixa e o ajudaram a
se sustentar no cargo, que seria utilizado pelo executivo para atender
"demandas ilícitas dos demais acusados".
Em nota, a defesa de
Eduardo Cunha afirmou que as alegações finais “configuram uma peça de ficção
científica, sem provas, com afirmações inverídicas que não se prestam a
sustentar uma condenação”.
A defesa de Henrique
Alves classificou o pedido de condenação como “completamente absurdo” e disse
que o Ministério Público “deveria ter a dignidade de reconhecer não haver
provado qualquer fato criminoso” contra o ex-deputado. FONTE: (O GLOBO)
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