O que é a microbiota
intestinal e qual a sua importância? Como mantê-la saudável e porquê? É o que
vamos explicar.
Artigo da
responsabilidade da Dra. Paula Iglésias-Ferreira, farmacêutica comunitária e
diretora do Instituto Pharmcare
No interior do útero
materno, o ambiente é estéril e a colonização do bebé pelos microrganismos
começa no momento do parto. É neste momento que se inicia a colonização das
mucosas (portas de entrada) dos sistemas digestivo, respiratório, urogenital e
da pele.
Um adulto está
colonizado por vários triliões de microrganismos, que vivem e convivem
pacificamente no seu corpo. Esta microcomunidade viva é muito superior em
número às células humanas. Tal convivência é benéfica, quer para o homem, quer
para estes microrganismos. É uma relação simbiótica, uma vez que ambos
beneficiam dela.
Os microrganismos que
vivem no intestino constituem a chamada microbiota intestinal, aquilo que
antigamente era conhecido como “flora intestinal”. A microbiota intestinal é como uma impressão
digital, ou seja, cada ser humano tem a sua microbiota intestinal, que é única
e personalizada.
RELAÇÃO SIMBIÓTICA
No primeiro ano de
vida, a microbiota varia muito e é muito instável, mas por volta dos 2-3 anos
de vida, estabiliza e mantém-se estável ao longo da vida, com mudanças muito
lentas. A microbiota que vai colonizar o intestino depende do tipo de parto
(vaginal ou cesariana), dos anticorpos do leite materno, da variedade
alimentar, da higienização dos alimentos, da exposição a antibióticos,
probióticos e prebióticos.
A relação simbiótica
entre a microbiota intestinal e o homem é muito interessante para ambos, porque
os microrganismos beneficiam de uma temperatura ideal para o seu
desenvolvimento e de um ambiente extremamente rico para se alimentarem. O
hospedeiro, o homem, beneficia de uma máquina metabólica altamente adaptativa,
beneficia do facto das bactérias sintetizarem determinadas vitaminas e de
ajudarem a digerir alguns nutrientes (por exemplo, hidratos de carbono complexos),
que seriam eliminados caso as bactérias não existissem.
FONTE: TUA SAÚDE
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