Foi um jogo em que a
seleção portuguesa teve mais presença ofensiva, e a uruguaia, mais presença de
espírito. Porque o Uruguai soube explorar bem os seus contragolpes e manteve
durante todo o jogo a sua principal característica nesta Copa, a de fechar os
espaços na defesa, impedindo os avanços de Cristiano Ronaldo.
O craque português
até teve duas boas chances no primeiro tempo. A primeira, aos 5, em chute quase
frontal que parou nas mãos de Muslera. Mais tarde, em cobrança de falta a uma
distância em que está acostumado a mandar a bola na rede, mas que dessa vez
parou na barreira.
Depois disso,
Cristiano Ronaldo foi empurrado pelo trio defensivo formado por Giménez, Godín
e Cáceres para os lados de campo. Assim, o único jogador diferenciado da
esquadra portuguesa ficou muito longe da meta adversária e dos companheiros.
Afastado do melhor do mundo, o atacante Gonçalo Guedes foi figura nula. Andre
Silva, que entrou em seu lugar na etapa final, também.
O que pesou a favor
do Uruguai foi justamente o seu ataque, formado por dois jogadores acima da
média. É verdade que Suárez às vezes exagera - neste sábado, ele se atirou duas
vezes no campo levando as mãos à nuca quando de fato foi atingido nas costas -,
mas também é verdade que, com a bola nos pés, sabe fazer a diferença. De
quebra, tem ao seu lado na equipe celeste um atacante de área que não perdoa.
Partiu de uma trama
da dupla o gol que abriu a contagem. Aos sete minutos, Cavani inverteu o jogo
da direita para a esquerda e Suárez, em bonita jogada individual, arrumou
espaço para cruzar no segundo pau para o gol do companheiro.
Com Cristiano Ronaldo
empurrado para os flancos e sem conseguir trabalhar a bola pelo meio, Portugal
passou todo o segundo tempo jogando na base do abafa e dos cruzamentos para a
área. O time até chegou ao empate, em cabeceada de Pepe após cobrança de
escanteio aos nove. Mas a tática de passar 50 minutos cruzando a bola pelo alto
era apenas fortuita. Não havia quem pudesse mandar a bola para dentro.
Pelo lado do Uruguai,
havia. E ele se chamava Edinson Cavani. Aos 16, o atacante recebeu passe na
meia esquerda, enquadrou o corpo e bateu de primeira no canto oposto, em curva,
marcando um golaço e sacramentando a classificação uruguaia.
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