Obedecendo
determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça), o juiz Sergio Moro
encaminhou inquérito que envolve o ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB),
para a Justiça Eleitoral. O despacho foi assinado nesta segunda-feira (25).
Na decisão, no
entanto, o magistrado defendeu a competência da Justiça Federal para tratar do
caso, ressaltando que não se trata de "mero caixa dois".
"Havendo
indícios de contrapartida à vantagem financeira, é de corrupção de que se trata
somente", escreveu.
Em maio, Moro
reconheceu a competência do juízo para apurar suposto crime de corrupção
praticado na gestão Richa. Segundo delação, em 2014 o governo estadual recebeu
R$ 4 milhões da Odebrecht em troca do favorecimento da empreiteira em licitação
para a duplicação da PR-323.
Segundo laudo da PF
(Polícia Federal), os sistemas de contabilidade paralela da Odebrecht indicam
pagamentos atrelados ao centro de custo da obra da PR-323. Outros arquivos, de
acordo com a polícia, fazem referências a Beto Richa.
Além disso, o MPF
(Ministério Público Federal) informou que Nelson Leal Júnior, ex-diretor do
Departamento de Estradas e Rodagens do Estado do Paraná, confirmou em
colaboração premiada a prática de corrupção, com direcionamento da licitação
para a empreiteira, mediante o pagamento de propina.
"Não há
alternativa a este Juízo se não remeter os autos à Justiça Eleitoral para que
profira sua avaliação, esperando-se, respeitosamente, que devolva os autos
oportunamente para o prosseguimento das investigações por crime de corrupção,
lavagem e fraude à licitação, como, aliás, também se posicionaram o MPF e a
autoridade policial", escreveu Moro.
BOCÃO NEWS
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