A uma plateia de
fiéis da Assembleia de Deus expressamente orientada a não vaiá-lo, o presidente
Michel Temer pediu nesta quarta-feira (31), Corpus Christi, que a igreja orasse
por ele e pelo governo, disse que consulta frequentemente a Bíblia em busca de
caminho para os "dias difíceis" da Presidência e afirmou que a
paralisação de caminhoneiros está se encerrando "graças a Deus".
Antes da chegada de
Temer, o bispo que comandava os trabalhos falou do momento difícil que o país
vive e orientou os fiéis a não hostilizar o presidente. Afirmou ainda que,
apesar de o visitante ser presidente, ele estava na "casa do rei".
Já diante de Temer, o
bispo Manoel Ferreira, presidente vitalício da Convenção Nacional das
Assembleias de Deus no Brasil - Ministério de Madureira, pediu para que os
fiéis recebessem o presidente com uma “calorosa salva de palmas”.
“Aqui o senhor pode
falar porque só vai ser aplaudido”, disse Ferreira, justificando que “acima
dele [Temer] aqui só tem Deus e a nação, que é o povo”.
Aos fiéis, Temer
disse ter sobre sua mesa uma Constituição e uma Bíblia.
"Nos poucos
momentos que eu tenho livre na minha sala, eu abro um pouco a Constituição,
quando tenho dúvida de natureza organizativa, mas abro frequentemente a Bíblia.
Aliás, deixo aberta. Mas, de vez em quando, folheio porque dizem ‘quando você
tiver uma dificuldade, veja na Bíblia que você terá um caminho’. E não foram
poucas as vezes que eu abri a Bíblia, assim, sem nenhuma intenção a não ser
aquela do tipo ‘Deus, me dê um caminho’. Quando abria numa folha qualquer, numa
página qualquer, eu lia um salmo, um provérbio, o que fosse, e lá eu encontrava
o caminho para aquele dia", disse Temer, completando que "os dias na
Presidência não são dias fáceis. Especialmente no momento em que o país perdeu
um pouco a noção da cerimônia, da solenidade, da liturgia, do respeito, da
educação, que é uma coisa importantíssima".
Temer disse que
adotou o diálogo para encerrar a mobilização dos caminhoneiros que, mais fraca,
chegou nesta quinta ao 11º dia.
"Graças a Deus,
nós estamos encerrando esta greve dos caminhoneiros por meio de uma atitude
minha que, muitas e muitas vezes, tem sido criticada, que é o diálogo. Eu não
uso a força nem a autoridade. A força jamais, e mesmo a autoridade eu uso
depois de empreender o diálogo", afirmou o presidente.
Temer disse ainda
que, durante a greve, não houve violência por parte do governo e que a única
morte registrada ocorreu por "atividade política".
"A única morte
que ocorreu, lamento dizer, foi de uma atividade política de alguém que atirou
um tijolo num caminhão e acabou atingindo a cabeça de um caminhoneiro."
O presidente disse
ainda que chamou as Forças Armadas porque o diálogo começou a falhar.
"Nós estamos
saindo dela [da mobilização] com a maior tranquilidade. Que isto sirva, meus
senhores e minhas senhoras, de exemplo para o nosso país. Exemplo da força e do
diálogo de um lado e da autoridade do outro lado. Porque, quando o diálogo começou
a falhar, eu chamei as Forças Federais todas para se conectarem, se aliarem às
forças estaduais para pacificarem o país e isto deu resultado, um resultado
extraordinário", disse Temer.
Aproveitando estar
num templo, pediu uma oração para ele.
"Sei que fazem
isso por mim, mas peço que orem por mim e orem pelo governo. Orando por mim e
pelo governo, estarão orando pelo país", disse o presidente.
BOCAO NEWS
Nenhum comentário:
Postar um comentário