A greve nacional dos
caminhoneiros, em seu quarto dia nesta quinta-feira, 24, afeta o abastecimento
de oxigênio em hospitais da Bahia. Em dois deles, só há oxigênio para esta
sexta-feira, 25. Devido aos bloqueios, caminhões carregados com 180 e 200
cilindros ou tiveram de retornar para as empresas distribuidoras do produto ou
estão parados nas rodovias estaduais e federais.
A situação mais grave
é em Juazeiro, cidade de 221 mil habitantes no norte baiano, e onde os dois
principais hospitais da cidade só têm oxigênio para até esta sexta-feira. No
Hospital Materno-infantil (gestão municipal) há apenas um tubo de 1.500 metros
cúbicos de oxigênio e 120 cilindros de 8 a 25 metros cúbicos, segundo a
Prefeitura.
A direção do Hospital
Regional (gerido pelo Estado), que aguarda a chegada de 4 mil metros cúbicos de
oxigênio, não informou a quantidade atual, mas garantiu que só dá para ficar
até o meio dia de amanhã.
A empresa que
abastece os hospitais de Juazeiro, a Diox Distribuidora de Oxigênio, informou
que o caminhão com 10 mil metros cúbicos de oxigênio saiu nesta quinta de
Simões Filho (Região Metropolitana de Salvador), a 509 km de Juazeiro. O
trajeto mais rápido entre Simões Filho e Juazeiro é pelas BRs 324 e 407.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), na BR-324 há bloqueios parciais ou
totais nos quilômetros 542, 600, 613 e 617, na Região Metropolitana de
Salvador.
Na BR-407, os
bloqueios ocorrem nos quilômetros 131 (próximo a Senhor do Bonfim) e 230
(imediações de Capim Grosso). Nos bloqueios das duas rodovias os caminhões de
carga estão proibidos de passar.
“Estamos tentando ver
com a PRF um apoio para que o caminhão possa passar por essas barreiras.
Apoiamos a manifestação, mas os caminhoneiros têm de entender que os hospitais
precisam ser atendidos”, declarou o administrador do segmento medicinal da Diox
Jorge Henrique Santos.
Em nota, a Prefeitura
de Juazeiro comunicou que “espera que essa situação seja resolvida o mais
rápido possível e não interfira o atendimento à saúde da população.” No total,
a empresa precisa fazer entregas em 30 hospitais públicos e particulares de 15
cidades da Bahia. Em Brumado, no sudoeste, há outro caminhão da empresa que
está parado num bloqueio.
Nas outras cidades, o
oxigênio que tem dá para ficar até o final de semana”, informou Santos, que
solicitou ainda apoio do Ministério Público Federal para tentar fazer com que a
passagem dos caminhões da empresa seja possível. Em Vitória da Conquista, no
sudoeste do estado e a terceira maior cidade baiana, com 348 mil habitantes, o
Hospital Geral (gestão estadual) está com dois caminhões de oxigênio presos nos
bloqueios desde esta quarta-feira.
Segundo a direção da
unidade hospitalar, a maior do município, os caminhões da empresa White Martins
estão nos bloqueios de Brumado e Santo Estevão. A quantidade de oxigênio do
hospital dá para ficar até o final de semana.
A White Martins ficou
de enviar nota sobre o assunto, mas isso não ocorreu. Segundo a Secretaria de
Saúde da Bahia, “não existe desabastecimento em nenhuma unidade estadual” e “os
fornecedores estão comprometidos com o fornecimento regular”. “Se necessário,
serão escoltados pela Polícia Militar a fim de garantir o suprimento das
unidades”, diz a nota do governo.
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