A ex-presidente Dilma
Rousseff (PT) ainda despista quando o tema é uma possível candidatura ao
Senado.
"Estou me
guardando para quando o carnaval chegar", disse a jornalistas, numa
referência à música "Quando o carnaval chegar", de Chico Buarque,
após visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Superintendência
da Polícia Federal, em Curitiba (PR), nesta quinta (31).
A petista afirmou
que, de um ponto de vista de construção do país, se dispõe a fazer coisas às
que anteriormente não se dispunha. Dilma negou-se, no entanto, a se aprofundar
no tema, afirmando que não explorará o que não tem certeza.
A ex-presidente
relatou que Lula está com uma excelente aparência física e a moral elevada,
além de muito indignado. Ele teria dito que ficou "extremamente
impactado" pelo tamanho do desastre provocado pela política de preços
praticada pela Petrobras e pelo governo do presidente Michel Temer.
PETROBRAS
Dilma falou à
imprensa durante cerca de 15 minutos e ocupou a maior parte do tempo discorrendo
sobre a situação da Petrobras e o que chama de "maldição do
petróleo". Ela teria discutido o tema com o ex-presidente.
Para Dilma, a
maldição acontece quando um setor exporta apenas o óleo bruto e importa todos
os demais bens. Dilma afirmou que os governos petistas queriam impedir que isso
ocorresse e, por isso, expandiram e modernizaram refinarias, buscando a
autossuficiência.
A ex-presidente
também disse que "inventaram que a Petrobras estava quebrada" para
reduzir a produção das refinarias. Ela afirmou que não se pode aceitar que
"dolarizem" o petróleo brasileiro.
"Por que o
petróleo brasileiro, com custos nacionais, precisa estar dolarizado?",
questionou.
Respondendo a
acusações de que seu governo segurou o preço dos combustíveis, ela voltou a
criticar o posicionamento do mercado internacional como baliza.
A ex-presidente disse
que o mercado do petróleo é influenciado por pressões derivadas de guerra e do
jogo geopolítico e que não é possível deixar que interferências de outros
países definam o preço.
Segundo Dilma, a
dolarização é uma reivindicação de acionistas minoritários. "Dona Maria e
seu Joaquim não têm nada a ver com o mercado internacional."
"Eles não
defendem o interesse do Brasil. Defendem os interesses das grandes empresas
petrolíferas, principalmente as que não têm reservas próprias. O que querem é
acesso às nossas", afirmou.
Dilma voltou a
afirmar que a candidatura de Lula é a única que pode barrar o "golpe"
e disse que se junta à indignação do ex-presidente.
BOCAO NEWS
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