A filha de uma idosa de 87 anos denuncia que a mãe não recebeu a vacina contra a Covid-19 na primeira aplicação, em uma unidade de saúde de Praia Grande, no litoral de São Paulo. Segundo ela, o profissional enfiou a agulha no braço da idosa, não injetou a dose do imunizante e chegou a perguntar se teria doído, finalizando o atendimento. A Secretaria Municipal de Saúde afirmou que investiga o caso.
O episódio ocorreu na unidade de saúde Conviver Caiçara, na sexta-feira (12), por volta das 10h. Nas imagens, obtidas pelo G1 nesta quarta-feira (17), é possível ver o enfermeiro tirando a proteção da agulha, enfiando a injeção no braço da idosa e, um segundo depois, retirando o objeto. No vídeo, nota-se que o profissional não aperta a seringa para aplicar o imunizante na paciente.
O enfermeiro chega a perguntar se a aplicação doeu, e a idosa comenta que foi rápido demais. No entanto, a filha dela, que filmava a aplicação, percebeu a falha e alertou o profissional. “Só que pera aí, não fez”, afirmou ela após o enfermeiro indicar a finalização do procedimento.
A filha, que preferiu não se identificar, disse que filmou com a autorização de todos os profissionais envolvidos. “Ele colocou a mão na frente [durante a aplicação]. A gente sempre acha que isso não vai acontecer por perto, mas é nítido que ele não apertou”, disse.
A segunda aplicação foi feita em seguida, com outra agulha, no outro braço da idosa. Desta vez, o imunizante foi aplicado corretamente. A filha disse, ainda, que publicou o vídeo nas redes sociais não para “arranjar confusão”, mas para conscientizar as pessoas.
“Eu pedi para filmar e ele deixou, sabia disso. Foi má fé. Não deixem os idosos irem sozinhos. Gravem. Alguma coisa está acontecendo”, pediu a filha.
Prefeitura
Questionada pelo G1 sobre a denúncia, a Prefeitura de Praia Grande afirmou que o caso tratou-se de um “acontecimento não raro na aplicação de substâncias injetáveis”. A administração municipal disse, ainda, que o profissional que aparece nas imagens é um aluno de enfermagem conveniado ao município.
“Na hora de introduzir a vacina, [ele] percebeu que a agulha estava entupida, o que pode acontecer em qualquer procedimento injetável. De imediato, comunicou ao seu professor e profissional responsável, e trocou o material por uma nova seringa e realizou a aplicação em outro local, uma vez que o primeiro braço já havia recebido uma picada”, disse a prefeitura, em nota.
A Secretaria de Saúde Pública informou que irá investigar o caso, mas reitera que esse tipo de intercorrência pode acontecer quando se trata de medicamentos injetáveis.
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