Um, dois, três... 14,
15... 31, 32... 47, 48! Tivemos que cortar a contagem para não ficar cansativa.
Mas a torcida do Bahia não vai cansar nunca de comemorar, ainda mais que agora,
com o título conquistado neste domingo, 21, em triunfo por 1 a 0 sobre o Bahia
de Feira, na Fonte Nova, o time confirmou a retomada da hegemonia estadual.
O Tricolor nunca
esteve ameaçado no número geral de conquistas do Baianão: 48, contra 29 do
Vitória. Porém, após seis décadas de domínio absoluto desde sua fundação, em
1931, deixou o Leão tomar o trono a partir dos anos 1990.
Foi com uma mudança
geral nos rumos do clube, com a implantação da democracia em 2013, que o
Esquadrão voltou a ser o time a ser batido no estado. E, com a glória de ontem,
assegurou a hegemonia na década, ainda faltando um ano para o fim. Com cinco
troféus (2012, 2014, 2015, 2018 e 2019), não pode mais ser alcançado pelo
arquirrival, que soma três.
No duelo deste
domingo, o gol do título foi de Gilberto, mas o goleiro Anderson merece o
status de herói pelo pênalti defendido na parte final do duro embate. O Bahia
de Feira, que completa 10 anos desde a volta às atividades, disputou a segunda
final do Baiano desde então, e tem um título na conta, em 2011. Palmas!
Equilíbrio em campo
A primeira etapa teve
duas partes bem diferentes. Na metade inicial, o Bahia aproveitou o embalo da
ótima atuação do meio de semana, quando goleou o Londrina por 4 a 0, e usou do
mesmo mecanismo da marcação por pressão para sufocar o Bahia de Feira.
E foi com uma bola
roubada no campo de ataque que o Tricolor da capital teve sua primeira chance.
Após o desarme, Artur recebeu no canto esquerdo, próximo à área e acabou
derrubado. Na cobrança da falta, Arthur Caíke carimbou o travessão.
O Esquadrão seguia
bem. Não deixava o Tremendão ficar com a bola, iniciava de maneira objetiva as
jogadas, mas faltava precisão ao definí-las. Aos 23, o time acertou a trama.
Elton tocou para Gilberto, que ajeitou e Arthur Caíke bateu rasteiro, de fora
da área. Passou perto.
A partir daquele momento,
porém, o Bahia deixou o ritmo cair. Não conseguia mais pressionar no campo de
ataque, o que permitia ao Tremendão tentar alguma coisa também. Aos 27, teve
sua melhor oportunidade. Deon achou lindo passe de letra para Jarbas, que
cruzou e Alex Cazumba se atrapalhou na hora de concluir. O chute saiu torto.
Aos 38, Jarbas
ensinou como se faz. Mesmo de uma distância exageradamente longa, soltou um
petardo que exigiu esforço do goleiro Anderson.
Esse foi o resumo da
obra da equipe feirense nos 45 minutos inaugurais. Já o Bahia se aventurou mais
uma vez no ataque antes do intervalo, aos 41, quando Nino deu belo drible,
avançou pela direita e deixou Gilberto numa boa para marcar. O artilheiro do
time na temporada, porém, em fase de pouca inspiração, isolou.
Um lance histórico,
no entanto, daria uma mãozinha para o matador acabar com o jejum de seis
partidas sem balançar a rede. Após deixar seguir um lance de dividida entre
Eric Ramires e Vitor Hugo, na área ofensiva do Esquadrão, o árbitro Luiz Flávio
de Oliveira foi alertado pelo árbitro de vídeo e, no fim, acabou assinalando –
corretamente – o primeiro pênalti com influência do VAR no futebol baiano. Aos
oito minutos, Gilberto foi para a cobrança e anotou seu 14º tento na temporada,
o terceiro no Estadual.
O camisa 9 voltaria a
ser importante em evento parecido, só que como vilão. Aos 20 minutos, Vitinho
cobrou falta com categoria, mas um desvio no braço de Gilberto tirou a bola da
direção do gol. Após muita reclamação dos feirenses, o árbitro foi conferir o
lance no monitor e confirmou o pênalti.
Aí, houve uma
overdose de emoções. Vitinho cobrou e Anderson defendeu. Na sobra, o goleiro
repetiu o heroísmo ao bloquear com a perna o chute de Vitor Hugo. O lance ainda
seguiu e, no contra-ataque, após passe de Moisés, Eric Ramires parou em Jair,
que completou a sequência de milagres.
Foi a deixa para o
veterano goleiro do Bahia de Feira emendar série de defesas que não deixaram o
Tricolor fechar o caixão. Gilberto, duas vezes, só não marcou de novo por
‘culpa’ dele.
Mas teve mais
sofrimento para a galera que lotou a Fonte Nova. Os tricolores viram Cazumba
acertar o travessão em cobrança de falta, aos 32, e Ebinho perder gol de cara,
aos 44, além de vários outros lances em que os visitantes rondaram
perigosamente a área. O apito final veio para suspiros de alívio e gritos de
bicampeão!
A TARDE
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