O sorriso no rosto de
dona Maria já mostrava que a Feira de São Joaquim, ontem, começava a voltar a
ser o que era, depois da crise de abastecimento por causa da greve dos
caminhoneiros, que durou 11 dias. Aos 78 anos, Maria Santana, que é feirante há
45, estava otimista. “O movimento está bom hoje”, disse sentada em frente a sua
barraca, onde era possível encontrar pimentão, tomate, cebola, cenoura e
chuchu.
A saca do tomate
ainda está custando 20% a mais para o bolso dela, que comprou por R$ 30, e cada
saquinho é repassado para os clientes por R$ 3. Quando questionada sobre o
prejuízo durante a greve, dona Maria desabafa: “Oito dias sem vender nadinha,
minha filha, só gastando o que tinha no bolso”, contou.
A comerciante Gildene
Dias foi até a Feira de São Joaquim para repor o seu estoque. “Esses dias foram
horríveis, mas os preços aqui estão bons, já estão baixando”, comentou. Já
Genival Santos disse que percebeu pouca alteração nos preços. “Algumas coisas estão
um pouco mais caras, mas faz parte. Quando melhora para os profissionais
[caminhoneiros], melhora para a gente também”, observou.
Um dos produtos que
mais tiveram alta durante a greve, a batata, ainda não voltou a sua
normalidade. Albertino Jesus está vendendo a saca por R$ 230, uma diferença de
R$ 160. “São 25 anos
de feira, nunca vi uma coisa dessas. A última semana foi um pouco melhor, mas
fiquei dois dias sem vender”, contou. Na barraca de dona Maria, a batata ainda
está em falta: “Com um saco por esse preço, não vale a pena pegar e vender por
R$ 5. Ninguém vai
comprar”.
Quem procurava por
ovos nos últimos dias também encontrou dificuldade. Jordan Santana, que recebe
normalmente 100 caixas por semana, recebeu 25 durante a greve, mas disse que a situação
está melhor. “A procura está muito alta, muita gente que tem comércio, que
trabalha com bolo. Quase todas as placas que temos aqui estão reservadas”,
contou o feirante. Após a greve, a placa com 30 unidades aumentou R$ 2.
A TARDE
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