domingo, 2 de setembro de 2018

Na Bahia, dono de apartamento onde estavam malas de Geddel depõe nesta segunda (3)



O empresário Sílvio Antônio Cabral da Silveira, dono do apartamento onde a Polícia Federal encontrou os R$ 51 milhões atribuídos ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, vai ser ouvido nesta próxima segunda-feira (3), às 14h30, na sede da Seção Judiciária do Estado da Bahia. O depoimento dele acontece na condição de testemunha de acusação.


O depoimento também faz parte das 37 audiências da ação penal em trâmite no Supremo Tribunal Federal (STF) em que o emedebista é acusado de envolvimento no caso do bunker em Salvador. A primeira oitiva aconteceu na última quinta-feira (30), em São Paulo, quando o doleiro Lúcio Funaro segundo o Correio.


O doleiro reafirmou que pagou propina de "pelo menos R$ 20 milhões" em dinheiro vivo ao ex-ministro por contratos na Caixa Econômica Federal entre os anos de 2012 e 2015. Geddel, que está preso na Papuda, em Brasília, nega as acusações. Ainda segundo declarações de Funaro, as entregas aconteceram por diversas vezes em hotéis de São Paulo e Salvador, além de um hangar em Salvador e no escritório dele na capital paulista.


Ele foi ouvido pelo relator do caso no STF, Edson Fachin Em depoimento à Polícia Federal, o empresário Sílvio Antônio já afirmou que Geddel pediu o apartamento emprestado para guardar pertences do pai, o ex-deputado federal Afrísio Vieira Lima, que morreu no ano passado. Além dele, vão prestar depoimento nesta segunda, em Salvador, a administradora do prédio onde estava o montante, Patricia Santos Queiroz, e a funcionária do deputado federal Lúcio Vieira Lima, Marinalva de Teixeira Jesus.


O ex-ministro é réu na ação penal do STF ao lado do irmão, Lúcio Vieira Lima, da mãe dos dois, Marluce Vieira Lima, além do ex-assessor do emedebista Job Ribeiro Brandão e do empresário sócio da Cosbat, Luiz Fernando Machado da Costa Filho. No mesmo processo, o ex-diretor da Codesal, Gustavo Ferraz, que também era investigado, foi inocentado.


As testemunhas de defesa começam a ser ouvidas no dia 4 de setembro, também na Bahia. Já os depoimentos voltam a São Paulo em 18 de setembro, quando vão ser ouvidas mais duas testemunhas apontadas nas defesas dos réus. No dia 24, dois servidores do Senado Federal estão intimados a comparecer ao Supremo Tribunal Federal.


O ex-ministro Geddel Vieira Lima pediu na Justiça o direito de acompanhar presencialmente todos os depoimentos, mas, segundo Edson Fachin, eles poderá apenas assistir às oitivas por videoconferência. Na mesma ação, Marluce Vieira Lima pediu ao STF a quebra de sigilo da Polícia Federal em Salvador para determinar de onde partiu a denúncia anônima que levou os agentes ao apartamento onde foram encontradas as malas de dinheiro.


O pedido, feito na defesa prévia entregue ao Supremo, ainda está pendente de julgamento pelo Ministro Luiz Edson Fachin. De acordo com a denúncia apresentada ao STF pela Procuradoria Geral da República, os R$ 51 milhões têm como possíveis origens propinas da construtora Odebrecht, repasses do operador financeiro Lúcio Funaro, além de desvios de políticos do MDB. Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro

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