O empresário Sílvio
Antônio Cabral da Silveira, dono do apartamento onde a Polícia Federal
encontrou os R$ 51 milhões atribuídos ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, vai
ser ouvido nesta próxima segunda-feira (3), às 14h30, na sede da Seção
Judiciária do Estado da Bahia. O depoimento dele acontece na condição de
testemunha de acusação.
O depoimento também
faz parte das 37 audiências da ação penal em trâmite no Supremo Tribunal
Federal (STF) em que o emedebista é acusado de envolvimento no caso do bunker
em Salvador. A primeira oitiva aconteceu na última quinta-feira (30), em São
Paulo, quando o doleiro Lúcio Funaro segundo o Correio.
O doleiro reafirmou
que pagou propina de "pelo menos R$ 20 milhões" em dinheiro vivo ao
ex-ministro por contratos na Caixa Econômica Federal entre os anos de 2012 e
2015. Geddel, que está preso na Papuda, em Brasília, nega as acusações. Ainda
segundo declarações de Funaro, as entregas aconteceram por diversas vezes em
hotéis de São Paulo e Salvador, além de um hangar em Salvador e no escritório
dele na capital paulista.
Ele foi ouvido pelo
relator do caso no STF, Edson Fachin Em depoimento à Polícia Federal, o
empresário Sílvio Antônio já afirmou que Geddel pediu o apartamento emprestado
para guardar pertences do pai, o ex-deputado federal Afrísio Vieira Lima, que
morreu no ano passado. Além dele, vão prestar depoimento nesta segunda, em Salvador,
a administradora do prédio onde estava o montante, Patricia Santos Queiroz, e a
funcionária do deputado federal Lúcio Vieira Lima, Marinalva de Teixeira Jesus.
O ex-ministro é réu
na ação penal do STF ao lado do irmão, Lúcio Vieira Lima, da mãe dos dois,
Marluce Vieira Lima, além do ex-assessor do emedebista Job Ribeiro Brandão e do
empresário sócio da Cosbat, Luiz Fernando Machado da Costa Filho. No mesmo processo,
o ex-diretor da Codesal, Gustavo Ferraz, que também era investigado, foi
inocentado.
As testemunhas de
defesa começam a ser ouvidas no dia 4 de setembro, também na Bahia. Já os
depoimentos voltam a São Paulo em 18 de setembro, quando vão ser ouvidas mais
duas testemunhas apontadas nas defesas dos réus. No dia 24, dois servidores do
Senado Federal estão intimados a comparecer ao Supremo Tribunal Federal.
O ex-ministro Geddel
Vieira Lima pediu na Justiça o direito de acompanhar presencialmente todos os
depoimentos, mas, segundo Edson Fachin, eles poderá apenas assistir às oitivas
por videoconferência. Na mesma ação, Marluce Vieira Lima pediu ao STF a quebra
de sigilo da Polícia Federal em Salvador para determinar de onde partiu a
denúncia anônima que levou os agentes ao apartamento onde foram encontradas as
malas de dinheiro.
O pedido, feito na
defesa prévia entregue ao Supremo, ainda está pendente de julgamento pelo
Ministro Luiz Edson Fachin. De acordo com a denúncia apresentada ao STF pela Procuradoria
Geral da República, os R$ 51 milhões têm como possíveis origens propinas da
construtora Odebrecht, repasses do operador financeiro Lúcio Funaro, além de
desvios de políticos do MDB. Com orientação da chefe de reportagem Perla
Ribeiro
INFOSAJ
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