O número de crianças
e adolescentes que usa a internet apenas pelo celular cresceu. Segundo a
Pesquisa TIC Kids Online divulgada nesta terça-feira, 18, o percentual de
jovens entre 9 e 17 anos que acessa a rede somente pelo telefone móvel chegou
em 44%. No levantamento anterior, com dados de 2016, o índice era de 37%.
O estudo aponta que
85% da população nessa faixa etária utilizou a internet ao menos uma vez em
três meses, um total de 24,7 milhões de crianças e adolescentes. Em movimento
complementar, o uso do computador como forma de acesso à rede tem caído, de 60%
na pesquisa anterior para 53% na atual.
A televisão ganhou
importância, subindo de 18% para 25%. Para o gerente do Centro de Estudos sobre
as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br), Alexandre Barbosa,
essa expansão acompanha “um movimento da indústria” de oferecer novos produtos.
“O surgimento das televisões inteligentes que já vêm com um conjunto de
aplicativos”, ressaltou.
O acesso pela
internet somente pelo telefone móvel é maior nas classes de renda mais baixa, D
e E, nas quais houve um aumento de 61% no estudo anterior para 67%. Na classe
C, esse uso exclusivo é de 43% e nas classes A e B, de apenas 15%. Esse tipo de
acesso também é maior no Norte (59%) e menor no Sudeste (39%).
Segundo o pesquisador
do Cetic Fábio Senne, o uso da rede apenas pelo celular está ligado à falta de
infraestrutura de conexão e a dificuldades econômicas das famílias. “Há fatores
que têm a ver não só com a conectividade, mas também com questões de renda e
nível sociodemográfico que explicam a opção pelo celular. Nos dá a entender que
especialmente nas faixas de maior renda da população a opção é sempre pelo uso
de celular e outros dispositivos”, explicou.
Barbosa enfatizou que
o acesso feito unicamente por dispositivos móveis tem limitações. “O uso
exclusivo pelo celular traz algumas limitações no que diz respeito ao
desenvolvimento de novas habilidades digitais”.
Notícias e política
Pouco mais da metade
dos jovens (51%) disse que lê notícias on-line. O índice é menor do que os que
usam a internet para trabalhos escolares (76%). Porém o percentual é maior
entre os adolescentes de 15 a 17 anos, chegando a 67%. Nessa faixa etária também
é maior o número de jovens que fala sobre política (23%), enquanto no público
geral é de 12%. “O país tem vivido nos últimos anos uma exposição a esse tema
da vida política”, destacou Barbosa sobre os números.
Em 12 meses, 39% das
crianças e adolescentes disseram ter visto alguém ser discriminado na internet.
O percentual chega a 54% na faixa de 15 a 17 anos. O preconceito por cor ou
raça é o mais relatado (26%), seguido pelo de aparência física (16%) e pelo da
opção sexual (14%).
Para elaboração do
estudo, foram entrevistadas 3,1 mil jovens e 3,1 mil responsáveis entre
novembro de 2017 e maio de 2018.
A TARDE
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