quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Dengue e diarreia são as doenças ligadas ao saneamento com maiores ocorrência na Bahia

   Foto: Paulo José/Acorda Cidade | Rua Miracatu em Feira de Santana


Na Bahia, assim como no Brasil como um todo, a dengue foi a doença relacionada ao saneamento mais citada: por 162 dos municípios do estado (75,0% dos que disseram ter tido esse tipo de problema) e 1.501 municípios no país (77,6% dos que tiveram endemias ou epidemias ligadas ao saneamento).

Em seguida, no estado, vinham a diarreia (citada por 148 municípios ou 68,5% dos que tiveram endemias/ epidemias); a chikungunya (informada por 133 prefeituras, ou 61,6% das que tiveram endemias/epidemias); e, empatados, zika e verminoses (cada uma informada por 123 municípios, ou 56,9% dos que tiveram endemias/epidemias).

Os dados são do suplemento ''Aspectos gerais da gestão da política de saneamento básico'', da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) 2017, divulgado ontem (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE).

A Munic tem como informantes as prefeituras de todos os 5.570 municípios do país. Este suplemento investiga aspectos institucionais da gestão dos serviços de saneamento básico, como a existência ou não de Políticas, Planos, Conselhos e Fundos Municipais de Saneamento Básico. Traz informações também sobre a ocorrência de endemias ou epidemias de doenças associadas a carências nos serviços de saneamento.

Segundo a pesquisa, as doenças relacionadas a saneamento menos citadas na Bahia foram tifo e malária, por apenas quatro municípios cada uma.

Macaúbas, no Centro-Sul baiano, e Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, informaram a ocorrência de quase todas as endemias/epidemias investigadas, deixando de fora apenas as agrupadas na categoria “Outras.

Salvador foi um dos municípios que informaram a ocorrência de endemias ou epidemias associadas ao saneamento básico. A prefeitura da capital baiana relatou a ocorrência de leptospirose, dengue, zika e chikungunya.

Dentre os 201 municípios baianos que disseram não ter ocorrência de endemias ou epidemias associadas a carências de saneamento básico, destacam-se cidades de médio porte como Juazeiro, Barreiras, Alagoinhas, Paulo Afonso, Eunápolis, Santo Antônio de Jesus e Luís Eduardo Magalhães, entre outras.

-Mais da 1/2 dos municípios baianos têm endemias/epidemias associadas à falta de saneamento básico

De acordo com a pesquisa, entre 2016 e 2017, mais da metade dos municípios baianos, 216 das 417 cidades do estado ou 51,8% do total, informaram a ocorrência de endemias ou epidemias associadas a carências de saneamento básico.

A Bahia é o quarto estado brasileiro em número absoluto de municípios, mas o segundo em número de municípios que relatam problemas de saúde pública relacionados à falta de saneamento, perdendo apenas para Minas Gerais, onde 290 cidades registraram a ocorrência desse tipo de situação.

O percentual de municípios na Bahia com ocorrência de endemias ou epidemias relacionadas ao saneamento é também significativamente maior que a média nacional. No Brasil, pouco mais de 1/3 dos 5.570 municípios (34,7% ou 1.935 cidades) relataram esse tipo de problema.

Embora fique um pouco abaixo da média do Nordeste (53,7%), o percentual baiano ainda foi superior, na região, aos do Maranhão (37,8%) e Piauí (37,1%) e é cerca de cinco vezes o verificado em Santa Catarina (11,2%) e Rio Grande do Sul (9,7%), estados com os menores percentuais de municípios com esse tipo de problema.

Considera-se endêmica uma doença que existe constantemente em determinado lugar, independentemente do número de indivíduos por ela atacados. Epidêmica, por sua vez, é uma doença que surge rapidamente em um local e acomete grande número de pessoas.


ACORDA CIDADE

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