Foto: Paulo José/Acorda Cidade | Rua Miracatu em Feira de Santana
Na Bahia, assim como
no Brasil como um todo, a dengue foi a doença relacionada ao saneamento mais
citada: por 162 dos municípios do estado (75,0% dos que disseram ter tido esse
tipo de problema) e 1.501 municípios no país (77,6% dos que tiveram endemias ou
epidemias ligadas ao saneamento).
Em seguida, no
estado, vinham a diarreia (citada por 148 municípios ou 68,5% dos que tiveram
endemias/ epidemias); a chikungunya (informada por 133 prefeituras, ou 61,6%
das que tiveram endemias/epidemias); e, empatados, zika e verminoses (cada uma
informada por 123 municípios, ou 56,9% dos que tiveram endemias/epidemias).
Os dados são do
suplemento ''Aspectos gerais da gestão da política de saneamento básico'', da
Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) 2017, divulgado ontem (19)
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE).
A Munic tem como
informantes as prefeituras de todos os 5.570 municípios do país. Este
suplemento investiga aspectos institucionais da gestão dos serviços de
saneamento básico, como a existência ou não de Políticas, Planos, Conselhos e
Fundos Municipais de Saneamento Básico. Traz informações também sobre a
ocorrência de endemias ou epidemias de doenças associadas a carências nos
serviços de saneamento.
Segundo a pesquisa,
as doenças relacionadas a saneamento menos citadas na Bahia foram tifo e
malária, por apenas quatro municípios cada uma.
Macaúbas, no
Centro-Sul baiano, e Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador,
informaram a ocorrência de quase todas as endemias/epidemias investigadas,
deixando de fora apenas as agrupadas na categoria “Outras.
Salvador foi um dos
municípios que informaram a ocorrência de endemias ou epidemias associadas ao
saneamento básico. A prefeitura da capital baiana relatou a ocorrência de
leptospirose, dengue, zika e chikungunya.
Dentre os 201
municípios baianos que disseram não ter ocorrência de endemias ou epidemias
associadas a carências de saneamento básico, destacam-se cidades de médio porte
como Juazeiro, Barreiras, Alagoinhas, Paulo Afonso, Eunápolis, Santo Antônio de
Jesus e Luís Eduardo Magalhães, entre outras.
-Mais da 1/2 dos
municípios baianos têm endemias/epidemias associadas à falta de saneamento
básico
De acordo com a
pesquisa, entre 2016 e 2017, mais da metade dos municípios baianos, 216 das 417
cidades do estado ou 51,8% do total, informaram a ocorrência de endemias ou
epidemias associadas a carências de saneamento básico.
A Bahia é o quarto
estado brasileiro em número absoluto de municípios, mas o segundo em número de
municípios que relatam problemas de saúde pública relacionados à falta de
saneamento, perdendo apenas para Minas Gerais, onde 290 cidades registraram a
ocorrência desse tipo de situação.
O percentual de
municípios na Bahia com ocorrência de endemias ou epidemias relacionadas ao
saneamento é também significativamente maior que a média nacional. No Brasil,
pouco mais de 1/3 dos 5.570 municípios (34,7% ou 1.935 cidades) relataram esse
tipo de problema.
Embora fique um pouco
abaixo da média do Nordeste (53,7%), o percentual baiano ainda foi superior, na
região, aos do Maranhão (37,8%) e Piauí (37,1%) e é cerca de cinco vezes o
verificado em Santa Catarina (11,2%) e Rio Grande do Sul (9,7%), estados com os
menores percentuais de municípios com esse tipo de problema.
Considera-se endêmica
uma doença que existe constantemente em determinado lugar, independentemente do
número de indivíduos por ela atacados. Epidêmica, por sua vez, é uma doença que
surge rapidamente em um local e acomete grande número de pessoas.
ACORDA CIDADE
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