Foto: Adilton Venegeroles | Ag. A TARDE
A chapa de Rui Costa
(PT) conseguiu eleger seus dois concorrentes ao Senado Federal: Jaques Wagner
(PT) e Ângelo Coronel (PSD). O que significa que a Bahia fica representada
integralmente pela chapa do governo, uma vez que o senador que mantém seu
mandato até 2023 é Otto Alencar (PSD). Para o professor da Universidade Federal
da Bahia (Ufba), o cientista político Joviniano Neto, isso mostra a “força
política” do governador reeleito em primeiro turno e demonstra uma unidade, o
que foi confirmado pelo senador Otto Alencar.
De acordo com Otto,
além da unidade, o que contou nos números foi que o PSD tem quase ¼ dos
prefeitos da Bahia. Para Otto, os três devem trabalhar na liberação de recursos
para o estado e, entre os projetos em destaque, estará a revitalização do Rio
São Francisco. “Se não revitalizar, dentro de dez anos está morto”,
acrescentou.
Com a chapa vencedora
na Bahia, o senador entende que o foco agora é “trabalhar para eleger Haddad,
um presidente aliado”. O senador avalia que o petista tem condição de ganhar no
segundo turno porque seu oponente, Jair Bolsonaro (PSL), não participou dos
debates, não mostrou “suas fraquezas” nem o que pretende fazer pelo Brasil. “O
Bolsonaro é como uma pistola, quero saber o que passa na cabeça dele”,
desafiou.
Joviniano Neto
concorda que os debates podem influenciar no resultado do segundo turno, uma
vez que, além de defender suas propostas, Bolsonaro terá que confrontar
questões polêmicas que têm sido trazidas para o debate pelo seu vice, General
Mourão.
De toda forma, o
cientista avalia que o resultado traz uma vantagem de Bolsonaro que deve reunir
potencialmente votos de eleitores do Novo, de João Amoêdo, e do PSDB, de
Geraldo Alckmin. Do outro lado, entende que votos do PDT, de Ciro Gomes, podem
ir para Fernando Haddad, o que ainda não seria o suficiente para que o petista
ganhe do atual deputado federal.
Joviniano entende que
o segundo turno terá uma influência direta dos governadores, dos rumos das
campanhas e atuação dos concorrentes nos debates políticos. Segundo ele, o PT
deve seguir uma linha de colocar que o embate será da “civilização contra a
barbárie” na tentativa de conter a onda que fez Bolsonaro se tornar o mais
votado, na avaliação dele, devido a uma onda de retorno de valores conservadores
e com foco na segurança pública.
Caso Bolsonaro ganhe
no segundo turno, Joviniano vê a chapa baiana de Rui Costa como uma espécie de
foco de “resistência” da esquerda dentro do parlamento.
O cientista ainda
falou que o prefeito de Salvador, ACM Neto, é o "grande derrotado"
das eleições, já que além de ter seu candidato ao governo, José Ronaldo,
derrotado, não conseguiu emplacar nenhum de seus senadores. Irmão Lázaro (PSC)
e Jutahy Magalhães ficaram em terceiro e quarto lugares, respectivamente.
A TARDE
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