segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Chapa de Rui Costa garante hegemonia com três apoiadores no Senado

Foto: Adilton Venegeroles | Ag. A TARDE


A chapa de Rui Costa (PT) conseguiu eleger seus dois concorrentes ao Senado Federal: Jaques Wagner (PT) e Ângelo Coronel (PSD). O que significa que a Bahia fica representada integralmente pela chapa do governo, uma vez que o senador que mantém seu mandato até 2023 é Otto Alencar (PSD). Para o professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), o cientista político Joviniano Neto, isso mostra a “força política” do governador reeleito em primeiro turno e demonstra uma unidade, o que foi confirmado pelo senador Otto Alencar.

De acordo com Otto, além da unidade, o que contou nos números foi que o PSD tem quase ¼ dos prefeitos da Bahia. Para Otto, os três devem trabalhar na liberação de recursos para o estado e, entre os projetos em destaque, estará a revitalização do Rio São Francisco. “Se não revitalizar, dentro de dez anos está morto”, acrescentou.

Com a chapa vencedora na Bahia, o senador entende que o foco agora é “trabalhar para eleger Haddad, um presidente aliado”. O senador avalia que o petista tem condição de ganhar no segundo turno porque seu oponente, Jair Bolsonaro (PSL), não participou dos debates, não mostrou “suas fraquezas” nem o que pretende fazer pelo Brasil. “O Bolsonaro é como uma pistola, quero saber o que passa na cabeça dele”, desafiou.

Joviniano Neto concorda que os debates podem influenciar no resultado do segundo turno, uma vez que, além de defender suas propostas, Bolsonaro terá que confrontar questões polêmicas que têm sido trazidas para o debate pelo seu vice, General Mourão.

De toda forma, o cientista avalia que o resultado traz uma vantagem de Bolsonaro que deve reunir potencialmente votos de eleitores do Novo, de João Amoêdo, e do PSDB, de Geraldo Alckmin. Do outro lado, entende que votos do PDT, de Ciro Gomes, podem ir para Fernando Haddad, o que ainda não seria o suficiente para que o petista ganhe do atual deputado federal.

Joviniano entende que o segundo turno terá uma influência direta dos governadores, dos rumos das campanhas e atuação dos concorrentes nos debates políticos. Segundo ele, o PT deve seguir uma linha de colocar que o embate será da “civilização contra a barbárie” na tentativa de conter a onda que fez Bolsonaro se tornar o mais votado, na avaliação dele, devido a uma onda de retorno de valores conservadores e com foco na segurança pública.

Caso Bolsonaro ganhe no segundo turno, Joviniano vê a chapa baiana de Rui Costa como uma espécie de foco de “resistência” da esquerda dentro do parlamento.

O cientista ainda falou que o prefeito de Salvador, ACM Neto, é o "grande derrotado" das eleições, já que além de ter seu candidato ao governo, José Ronaldo, derrotado, não conseguiu emplacar nenhum de seus senadores. Irmão Lázaro (PSC) e Jutahy Magalhães ficaram em terceiro e quarto lugares, respectivamente.


A TARDE

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