sábado, 20 de outubro de 2018

SAÚDE: Nutricionistas comentam as vantagens e desvantagens do consumo de estévia




RIO - Sua aparência faz lembrar um raminho de menta. Sua origem é a Serra do Amambay, na fronteira entre Brasil e Paraguai. Sua função é adoçar a vida (cafés, sucos, receitas de bolos). Por aqui, a forma mais comum de encontrá-la é em potinhos de plástico, na versão em gotas, ou em saquinhos, se for em pó. Também está estampada em rótulos de iogurtes, cervejas e refrigerantes. Usada no tratamento de diabetes tipo 2 e consumida por quem tem pressão alta, a estévia, adoçante natural extraído das folhas stevia rebaudiana, caiu na boca do povo graças ao recente lançamento da Coca-Cola com Stevia e 50% Menos Açúcares, no Brasil, com embalagem verde. Uma lata de 350ml da bebida tem 18 gramas de açúcar e 70 calorias — a normal tem 37 gramas.

— Acho uma boa iniciativa da marca substituir parte do açúcar por estévia. Com isso, reduziu em 50% as calorias e, principalmente, a quantidade de açúcares. Mas é importante lembrar que continua sendo um produto rico em aditivos químicos — pondera a nutricionista Isabel Jereissati.

A palavrinha estévia na lista de ingredientes não é sinônimo de que o produto é saudável. É o que defende a nutricionista Patricia Davidson:

— Um produto ser à base de estévia como adoçante não significa que ele seja saudável. É necessário avaliar os demais ingredientes, a forma de preparo e a apresentação. Mas como uma alternativa ao açúcar, para quem necessita evitá-lo, é, sim, uma boa alternativa.

Se comparada ao açúcar, a estévia é 300 vezes mais doce. Por isso, é usada em uma quantidade menor. Em comparação ao aspartame e à sucralose, adoça 50% mais; e à sacarina, adoça 60%.

— Não há efeitos colaterais comprovados associados ao consumo de estévia, mas, assim como os demais adoçantes, o potencial maléfico está no fato de que os edulcorantes enganam o organismo, que pensa que está comendo algo doce. Isso o faz liberar insulina, que leva ao acúmulo de gordura corporal e aumenta o risco de obesidade. Por isso, recomendo consumir esporadicamente — propõe Isabel.

O extrato de estévia é retirado quando a planta está “madura”, ou seja, em sua fase mais doce. As folhas são colhidas, mergulhadas na água para arrancar a doçura para, então, ser filtrada e cristalizada. O fato de ser de origem natural é um dos motivos pelos quais a estévia ganhou popularidade no mercado.

— Alternativas naturais são sempre a primeira opção em nossas orientações — garante Patricia.

A diferença entre as Cocas Zero, Light e Stevia é a composição. As duas primeiras não têm açúcar na fórmula. A Stevia leva uma mistura do adoçante de origem natural com açúcar.

— A Stevia, em comparação com outros adoçantes, é mais natural. Em relação à versão Zero, a vantagem é não conter o aspartame, que pode desencadear enxaqueca ou alergias — compara a nutricionista Andrezza Botelho.
O sabor, observa o gerente de marketing da Coca-Cola, Florian Haensch, é subjetivo.

— É uma escolha individual, não tem uma verdade absoluta. A maioria das pessoas internamente falou que é muito parecida com a Coca sabor original. Costumo fazer uma comparação com o vinho: à medida que você bebe duas, três vezes, vai se adaptando ao sabor. Nossa proposta é oferecer mais opções — diz Florian.


O GLOBO

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