RIO - Sua aparência
faz lembrar um raminho de menta. Sua origem é a Serra do Amambay, na fronteira
entre Brasil e Paraguai. Sua função é adoçar a vida (cafés, sucos, receitas de
bolos). Por aqui, a forma mais comum de encontrá-la é em potinhos de plástico,
na versão em gotas, ou em saquinhos, se for em pó. Também está estampada em
rótulos de iogurtes, cervejas e refrigerantes. Usada no tratamento de diabetes
tipo 2 e consumida por quem tem pressão alta, a estévia, adoçante natural
extraído das folhas stevia rebaudiana, caiu na boca do povo graças ao recente
lançamento da Coca-Cola com Stevia e 50% Menos Açúcares, no Brasil, com
embalagem verde. Uma lata de 350ml da bebida tem 18 gramas de açúcar e 70
calorias — a normal tem 37 gramas.
— Acho uma boa
iniciativa da marca substituir parte do açúcar por estévia. Com isso, reduziu
em 50% as calorias e, principalmente, a quantidade de açúcares. Mas é
importante lembrar que continua sendo um produto rico em aditivos químicos —
pondera a nutricionista Isabel Jereissati.
A palavrinha estévia
na lista de ingredientes não é sinônimo de que o produto é saudável. É o que
defende a nutricionista Patricia Davidson:
— Um produto ser à
base de estévia como adoçante não significa que ele seja saudável. É necessário
avaliar os demais ingredientes, a forma de preparo e a apresentação. Mas como
uma alternativa ao açúcar, para quem necessita evitá-lo, é, sim, uma boa
alternativa.
Se comparada ao
açúcar, a estévia é 300 vezes mais doce. Por isso, é usada em uma quantidade
menor. Em comparação ao aspartame e à sucralose, adoça 50% mais; e à sacarina,
adoça 60%.
— Não há efeitos
colaterais comprovados associados ao consumo de estévia, mas, assim como os
demais adoçantes, o potencial maléfico está no fato de que os edulcorantes
enganam o organismo, que pensa que está comendo algo doce. Isso o faz liberar
insulina, que leva ao acúmulo de gordura corporal e aumenta o risco de
obesidade. Por isso, recomendo consumir esporadicamente — propõe Isabel.
O extrato de estévia
é retirado quando a planta está “madura”, ou seja, em sua fase mais doce. As
folhas são colhidas, mergulhadas na água para arrancar a doçura para, então,
ser filtrada e cristalizada. O fato de ser de origem natural é um dos motivos
pelos quais a estévia ganhou popularidade no mercado.
— Alternativas
naturais são sempre a primeira opção em nossas orientações — garante Patricia.
A diferença entre as
Cocas Zero, Light e Stevia é a composição. As duas primeiras não têm açúcar na
fórmula. A Stevia leva uma mistura do adoçante de origem natural com açúcar.
— A Stevia, em
comparação com outros adoçantes, é mais natural. Em relação à versão Zero, a
vantagem é não conter o aspartame, que pode desencadear enxaqueca ou alergias —
compara a nutricionista Andrezza Botelho.
O sabor, observa o
gerente de marketing da Coca-Cola, Florian Haensch, é subjetivo.
— É uma escolha
individual, não tem uma verdade absoluta. A maioria das pessoas internamente
falou que é muito parecida com a Coca sabor original. Costumo fazer uma
comparação com o vinho: à medida que você bebe duas, três vezes, vai se
adaptando ao sabor. Nossa proposta é oferecer mais opções — diz Florian.
O GLOBO
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