FOTO: Reinaldo Canato/Folhapress
A ex-senadora Marina
Silva (Rede) criticou declarações de Jair Bolsonaro (PSL) sobre armas na noite
desta segunda-feira (29). Nas redes sociais, a ex-presidenciável —que foi
derrotada no primeiro turno e apoiou Fernando Haddad (PT) no segundo— disse que
a entrevista do presidente eleito à TV Record "é preocupante sob muitos
aspectos".
"Mas nenhum é
tão preocupante quanto a sua ideia fixa em querer induzir a sociedade a
acreditar que poderá resolver o grave problema da violência fazendo justiça com
as próprias mãos", disse Marina.
À emissora Bolsonaro
confirmou que fará uma revisão no Estatuto do Desarmamento, como prometeu
durante a campanha, e que vai flexibilizar o acesso a armas. "A efetiva
necessidade [de facilitar o porte] está comprovada pelo estado de violência que
vive o Brasil. Nós estamos em guerra", afirmou ele.
A líder da Rede
Sustentabilidade considerou "espantoso o anúncio" sobre a mudança na
legislação e argumentou que "qualquer tentativa de revogar e desconfigurar
o estatuto é um retrocesso lastimável".
O deputado federal
relatou um exemplo de como funcionaria na prática sua política de redução da
criminalidade.
"Por que um
caminhoneiro não pode ter posse de arma de fogo? Se coloque na situação de um
caminheiro que dormiu no posto e acorda no dia seguinte e não tem nenhum
estepe. Você casar isso com o excludente de ilicitude em defesa da vida própria
e terceiro, patrimônio próprio e terceiro, pode ter certeza que a bandidagem
vai diminuir", disse.
"O caminhoneiro
armado, ao reagir, se alguém estiver furtando ou roubando o seu estepe, ele vai
dar um exemplo para a bandidagem. Ele atirou, o elemento foi abatido em
legítima defesa, ele [caminhoneiro] vai responder, mas não vai ter punição. Vai
diminuir a violência no Brasil com toda certeza."
Para Marina, "a
crise da segurança pública não se resolve armando a população, mas com
integração e valorização das polícias; inteligência e tecnologia para combater
o crime organizado; combate permanente ao tráfico de drogas e de armas e o fim
do comando criminoso nos presídios".
Ela disse ainda que
"a maioria da população brasileira é contra a posse de armas de fogo e
quer soluções mais inteligentes". A ex-senadora tem afirmado que fará
oposição ao vitorioso da eleição, e que faria o mesmo se o vencedor fosse
Haddad.
Na Record, Bolsonaro
também falou que vai diminuir a idade mínima para a posse de armas de 25 para
21 anos.
BOCAO NEWS
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