Um pastor foi preso
suspeito de estuprar pelo menos seis crianças e adolescentes, nesta sexta-feira
(16), no Bairro Sapiranga, em Fortaleza. O homem tem 52 anos e está preso
preventivamente por estupro, após denúncia do pai de uma das vítimas. As
crianças e adolescente, que têm entre seis e 12 anos, fazem parte da igreja
onde o suspeito atuava.
De acordo com o
delegado Levy Louzada, da Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do
Adolescente (Dececa), o pastor era investigado há dois anos. Em 2017, o celular
do suspeito foi apreendido pela polícia e foram encontrados materiais
pornográficos e de pedofilia, incluindo sexo explícito com menores de idade.
O pastor é casado e
tem filhos. A polícia está investigando os crimes cometidos entre 2012 e 2016.
Se condenado, a pena pelos crimes contra as vítimas identificadas até agora
pode chegar a 90 anos de prisão, diz o delegado.
‘Acima de suspeita’
A forma de atuação do
suspeito era sempre a mesma. Segundo Louzada, o pastor visitava as famílias com
a desculpa de orar pelas crianças, e costumava ir às residência inclusive
quando os pais não estavam presentes. “Para eles, era uma honra o pastor ir à
residência orar pelas filhas”, explica o delegado.
Lá, ele mostrava às
vítimas os materiais pornográficos que guardava no celular, no intuito de
demonstrar a naturalidade dos atos, e praticava o estupro. “Era um sujeito
acima de qualquer suspeita. Muito bem quisto pela sociedade, e usava isso para
praticar os atos”, ressalta Louzada.
De acordo com o
delegado da Dececa, uma das vítimas chegou a ser forçada a praticar sexo oral
com o suspeito.
O pastor também
costumava presentear as crianças com chocolates ou dinheiro. A polícia acredita
que assim conseguia evitar a denúncia das vítimas.
Flagrado
Com a frequência das
ações, alguns familiares foram desconfiando da conduta do homem. Segundo o
delegado, em uma ocasião, a avó de uma menina chegou em casa e flagrou a neta
com o pastor, enquanto o homem mostrava à criança as imagens no celular. Ao ver
a avó, a menina correu até ela com o aparelho na mão, e a mulher viu o
conteúdo.
Em outro episódio, o
pastor chegou à residência procurando pela neta. Desconfiada, a avó orientou
que a menina não o deixasse entrar, mas avisasse que estava sozinha. Com isso,
o homem conseguiu entrar na residência, mas acabou encontrando a avó. Após o caso,
o pastor não voltou mais à casa da família, segundo conta o delegado.
Prisão
O pai de uma das
meninas procurou a polícia após a filha reclamar, durante uma discussão
familiar, que o pai deixava o pastor ter acesso à residência.
Em depoimento após
ser preso, o pastor negou as acusações de estupro. No entanto, o delegado Levy
Louzada afirma que, ao ser confrontado sobre os materiais que guardava no
celular, o pastor “apenas abaixou a cabeça”. (G1)
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