A declaração foi dada
após proferir palestra em evento da Associação Nacional dos Editores de
Revistas (Aner).
Segundo Olinto, o
IBGE precisa atacar o mau uso da informação. “Falou algo errado, vamos publicar
uma nota. Temos feito notas técnicas e comentários exatamente para nos defender
de informações falsas.”
O presidente afirmou
que as pesquisas do órgão são produzidas de forma mais transparente possível, e
ressaltou ainda que o órgão não produz opinião, mas que analisa dados do
passado. “O IBGE não está aí para opinar. Quer manter a credibilidade. Não
podemos errar. A credibilidade vem da imparcialidade, que vem do silêncio em
todos os sentidos”, disse.
As metodologias
utilizadas pelo IBGE, acrescentou, são sempre baseadas em padrões reconhecidos.
Segundo ele, nenhum instituto de pesquisa “inventa moda”. Conforme o
presidente, o órgão pode fazer adaptações, mas a lógica e o padrão usados são o
mesmo na maioria dos países.
Em sua análise,
diante do avanço da tecnologia e do excesso de informação, o desafio do IBGE é
enorme. Ele citou como exemplo a desconfiança de consumidores em relação à taxa
média de inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA). “Para 50% das pessoas, a inflação está errada, não acreditam no
resultado, dizendo que ‘lá em casa’ não é assim”, diz.
Segundo ele, o IBGE
precisa fazer um amplo trabalho para tentar explicar o comportamento da
inflação para os consumidores. “Na internet página do IBGE, colocamos vídeo
para tentar explicar isso. É o grande desafio. Além de combater as fake News”,
avaliou.
Olinto também afirmou
que a opinião da sociedade também pode afetar a estatística oficial, porque
pode prejudicar a apresentação dos dados como informação confiável. “Um exemplo
é o IPCA, 50% da população brasileira acha que está errado, porque diz que a
inflação dentro da casa deles é diferente. Aí temos que explicar que é uma
média. Mas o que é uma média?”, reiterando que o IBGE tenta explicar essas
dúvidas por meio de vídeos.
O presidente do
instituto disse ainda que a relação com a imprensa é um “caminho” para tentar
facilitar a informação e o melhor entendimento das pesquisas feitas pelo IBGE.
Segundo ele, é uma interface complicada que o órgão está tentando resolver.
“Estamos tentando
melhorar cada vez mais a comunicação através de seminários para balizar as
demandas e melhorar a linguagem. Está claro que a credibilidade só existe com
uma boa relação com a sociedade”, disse.
As afirmações foram
feitas durante evento na capital paulista na manhã desta quinta-feira no
seminário O Papel da Comunicação nos Institutos de Estatística em Tempos de
Revolução Digital, promovido pela da Aner.
Para o vereador, a
disciplina, que também será ofertada em outras universidades como a UnB e a
Unicamp, é uma “afronta ao povo brasileiro” e contribui para uma suposta agenda
ideológica dentro do ambiente acadêmico.
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