quinta-feira, 15 de março de 2018

Motorista morto com Marielle trabalhava fazendo bico, ele deixa filho 1 ano e 10 meses

O motorista Anderson Pedro Gomes, de 39 anos, estava desempregado e fazia bico, quando foi assassinado dentro do carro onde estava a vereadora Marielle Franco (PSOL), na noite da última quarta-feira (14).

Gomes tinha um filho de um ano e dez meses, com a esposa Ágatha Arnaus. A irmã de Ágatha, Julia Arnaus, disse que o motorista era “um excelente pai”. “Ele era maravilhoso. Era demais. Bom pai, excelente pai”, afirmou à reportagem.

Nas redes sociais, ela protestou contra a morte do motorista. “Mais uma vida ceifada, arrancada, assassinada, país de impunidade, país em que um pai de família sai de manhã pra trabalhar e não volta”, escreveu. Segundo ela, o motorista era “um ser de luz amado por todos”, disse.

Ainda na publicação, enfatizou que mais um filho irá crescer sem pai. “Agora sobra a família, mais um filho que cresça sem pai, mais uma mãe que enterra seu filho mais uma esposa que enterra seu marido”, afirmou. “Descanse em paz grande homem! Homem de luz você é e sempre vai ser”.

Entenda o caso

A vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, foi morta a tiros dentro de um carro por volta das 21h30 desta quarta-feira (14). O motorista do veículo, Anderson Pedro Gomes, também foi baleado e morreu. Uma outra passageira, assessora de Marielle, foi atingida por estilhaços.

O assassinato da vereadora pode estar ligado à sua militância política. Nascida no Complexo da Maré, conjunto de favelas da zona norte do Rio, Marielle, de 38 anos, tinha sua atuação pautada pela defesa de negros e pobres e denunciava a violência contra essa população. O crime, que vitimou também o motorista que a levava, mobilizou o governo federal: o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, telefonou para o interventor federal no Rio, general Walter Braga Netto, e colocou a Polícia Federal à disposição para auxiliar na investigação.

Há oito dias, Marielle, que acompanhava na condição de vereadora a intervenção federal, como forma de coibir abusos das Forças Armadas e da polícia a moradores de comunidades, recebeu denúncias envolvendo PMs que patrulham a Favela de Acari, na zona norte do Rio. Moradores contaram, na primeira reunião do Observatório da Intervenção, no Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), da Universidade Candido Mendes, que dois homens foram assassinados por policiais e tiveram os corpos jogados num valão. Segundo estes moradores, a PM vem se sentindo “com licença para matar” por conta da intervenção.  (redacao@varelanoticias.com.br)

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