Gomes tinha um filho
de um ano e dez meses, com a esposa Ágatha Arnaus. A irmã de Ágatha, Julia
Arnaus, disse que o motorista era “um excelente pai”. “Ele era maravilhoso. Era
demais. Bom pai, excelente pai”, afirmou à reportagem.
Nas redes sociais,
ela protestou contra a morte do motorista. “Mais uma vida ceifada, arrancada,
assassinada, país de impunidade, país em que um pai de família sai de manhã pra
trabalhar e não volta”, escreveu. Segundo ela, o motorista era “um ser de luz amado
por todos”, disse.
Ainda na publicação,
enfatizou que mais um filho irá crescer sem pai. “Agora sobra a família, mais
um filho que cresça sem pai, mais uma mãe que enterra seu filho mais uma esposa
que enterra seu marido”, afirmou. “Descanse em paz grande homem! Homem de luz
você é e sempre vai ser”.
Entenda o caso
A vereadora do Rio de
Janeiro, Marielle Franco, foi morta a tiros dentro de um carro por volta das
21h30 desta quarta-feira (14). O motorista do veículo, Anderson Pedro Gomes,
também foi baleado e morreu. Uma outra passageira, assessora de Marielle, foi
atingida por estilhaços.
O assassinato da
vereadora pode estar ligado à sua militância política. Nascida no Complexo da
Maré, conjunto de favelas da zona norte do Rio, Marielle, de 38 anos, tinha sua
atuação pautada pela defesa de negros e pobres e denunciava a violência contra
essa população. O crime, que vitimou também o motorista que a levava, mobilizou
o governo federal: o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, telefonou
para o interventor federal no Rio, general Walter Braga Netto, e colocou a
Polícia Federal à disposição para auxiliar na investigação.
Há oito dias,
Marielle, que acompanhava na condição de vereadora a intervenção federal, como
forma de coibir abusos das Forças Armadas e da polícia a moradores de
comunidades, recebeu denúncias envolvendo PMs que patrulham a Favela de Acari,
na zona norte do Rio. Moradores contaram, na primeira reunião do Observatório
da Intervenção, no Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), da
Universidade Candido Mendes, que dois homens foram assassinados por policiais e
tiveram os corpos jogados num valão. Segundo estes moradores, a PM vem se
sentindo “com licença para matar” por conta da intervenção. ( redacao@varelanoticias.com.br)
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