quarta-feira, 2 de maio de 2018

Vinte e quatro crianças com microcefalia são acompanhadas pela Vigilância Epidemiológica em Feira de Santana


As crianças que têm microcefalia apresentam uma série de limitações. Quanto mais cedo for o acompanhamento e a estimulação precoce melhor será o desenvolvimento.



Há aproximadamente três anos, um surto de zika vírus aconteceu em algumas regiões do país e implicou no nascimento de bebês com microcefalia. Em Feira de Santana, as crianças que nasceram com essa condição neurológica são acompanhadas pela Secretaria Municipal de Saúde através da Vigilância Epidemiológica. O Acorda Cidade conversou com Ana Luisa Andrde de Melo, enfermeira técnica de referência da síndrome congênita do zika vírus que explicou como está funcionando o acompanhamento para essas crianças. De acordo com ela, atualmente existe um total de 55 crianças acompanhadas que tiveram exposição ao zika vírus. Sendo que 24 crianças desse total tem o diagnóstico de microcefalia.

“Esse acompanhamento existe desde 2015 quando a gente começou a ter os primeiros casos. O acompanhamento acontece na Vigilância Epidemiológica. Ele é feito por toda a rede da Secretaria de Saúde de Feira de Santana, da Atenção Básica, Central de Regulação e Hospital Inácia Pinto dos Santos”, afirmou.

Limitações e desenvolvimento



A enfermeira explicou que as crianças que têm microcefalia apresentam uma série de limitações. Quanto mais cedo for o acompanhamento e a estimulação precoce melhor será o desenvolvimento dessas crianças. Ela salientou que para isso, é necessário um atendimento multiprofissional e multidisciplinar com atuação de psicólogo, fisioterapeuta, fonoaudiólogo e nutricionista.

“Há vários avanços ao longo do tempo e a gente já têm crianças hoje em dia que já sentam, que tem uma melhor postura, crianças que já estão começando os primeiros passinhos, que a alimentação já mudou e não só o leite materno e já estão sendo introduzidos outros alimentos. A gente vem percebendo que essas crianças estão tendo grandes avanços”, salientou.

Ainda segundo a enfermeira, além das crianças, os pais também passam por acompanhamento da Vigilância Epidemiológica. Há o suporte da assistência social e acompanhamento psicológico para toda a família com o apoio do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf)

Números em 2018

Ana Luisa informou também que o último caso de microcefalia registrado na cidade foi no início de 2018. Há ainda uma grande dificuldade em relação a confirmação laboratorial, mas a maioria dos casos da microcefalia são associados ao zika vírus.

O controle do zika, dengue e chikungunya continua sendo feito com as equipes de trabalho de campo, realizado pelos agentes comunitários de endemias

“De 2015 até agora a gente tem 58 casos, sendo que 29 foram descartados, porém continuam sendo acompanhados. Temos 24 positivos para microcefalia, 2 casos em investigação realizando exames, aguardando a comprovação. Registramos cinco óbitos”, comentou.

Projeto Aconchego

Outra ação da Secretaria Municipal de Saúde que busca auxiliar as crianças com microcefalia e as suas famílias, é o Projeto Aconchego. Periodicamente acontecem encontros educativos em parceria com a atenção básica que oferecem acolhimento para pais e filhos.

Depois do susto está tudo bem

O cozinheiro Claudir Dias dos Santos Moura, de 31 anos tem três filhos. Claudio Gabriel de dois anos e três meses, o filho do meio nasceu com microcefalia. O pai contou que quando descobriu a condição do filho tomou um grande susto. A esposa teve zika no início da gestação e após o parto veio a confirmação que a criança teve microcefalia.

“Eu fiquei feliz pelo nascimento do meu filho e fiquei triste pelas condições físicas que ele nasceu. Claro que é um susto porque é uma coisa nova, coisa que você não imagina que vai acontecer com você. Mas, graças a Deus foi tudo bem. Não tivemos muitas dificuldades porque tivemos a ajuda da secretaria. Essa ajuda tem melhorado e nós queremos que exista um centro que cuide de tudo em um único local. Se a gente precisa de um neuro vai para um lugar, se é fisioterapia é outro lugar. São muitas crianças e nós precisamos mesmo é de um centro que atenda todas as necessidades em um único local”, afirmou.

Claudir relatou também que o filho recebe do governo o benefício do auxílio doença que ajuda nas despesas. O filho mais novo do casal nasceu tem 16 dias e não tem a microcefalia.

“Ficamos assustados porque o tempo que o vírus fica no organismo é uma coisa muito incerta. Mas, graças a Deus ele veio normal e está tudo bem. Nosso filho Claudio Gabriel portador de microcefalia tem tido muita atenção com o que precisa. Sabemos que essa é uma luta de muitos pais que querem dar uma melhor condição de vida para seus filhos”, finalizou.




ACORDA CIDADE



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