Os rodoviários podem
encerrar a greve na manhã desta quinta-feira, 24, após discutirem em
assembleia, a partir das 3h30, a nova proposta de 2,7% de reajuste salarial e
do tíquete alimentação, oferecida pelos empresários na noite desta quarta, 23.
Segundo o
superintendente da Integra, Orlando Santos, as partes chegaram a um acordo
durante reunião no Palácio Thomé de Souza, com o prefeito ACM Neto, o
secretário de Mobilidade, Fábio Mota, representantes do Sindicato dos
Rodoviários e das empresas do transporte coletivo. "Chegamos a um acordo
para que os rodoviários retornem ao trabalho amanhã (quinta), a partir das
3h30, com a soltura normal de toda a frota", explicou o superintendente.
Já ACM Neto informou
que, neste horário, os trabalhadores vão se reunir em assembleia para aprovar o
retorno das atividades para aprovar o início da circulação dos coletivos a
partir das 5h. O prefeito destacou também que, além do reajuste, a Integra vai
financiar a renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) dos trabalhadores,
que poderão dividir o valor em até 10 vezes.
Mais cedo,
representantes de ambas as partes participaram de uma audiência de conciliação
na Justiça do Trabalho. A vice-presidente do TRT, desembargadora Débora Maria
Lima Machado, se reuniu separadamente com os trabalhadores e os empresários, na
tentativa de resolver a situação, e fez uma proposta de 2,2% de reajuste no
salário e no tíquete alimentação, que não foi aceita pelos trabalhadores. Com o
resultado da audiência, o julgamento do dissídio coletivo dos trabalhadores
havia sido marcado para a próxima segunda-feira, 28.
Para o presidente do
Sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira, o julgamento poderia trazer
prejuízos para a categoria. "Pelo cenário que nós vimos na audiência de
conciliação, a diretoria faz uma avaliação e não tem dúvida de que essa
proposta, com certeza, é melhor do que a proposta do julgamento. Há um grande
risco de a gente não atingir este percentual. Poderemos perder dias e
conquistas anteriores da nossa convenção coletiva, e pode ser um grande
prejuízo para a categoria. Acho que a categoria vai ter maturidade de apreciar
esta proposta com calma e aprovar o fim da greve", revelou.
Crise
De acordo com Orlando
Santos, o processo de negociações com os trabalhadores se estendeu em função da
crise por qual passam as empresas. "Este é,talvez, o momento mais grave do
sistema de transporte, porque estamos com um contrato desequilibrado e fomos
atingidos pela alta do diesel. Temos cerca de 25% dos custos associados a combustíveis.
Já o número de passageiros pagantes vem caindo desde o início do contrato, em
função de uma série de programas implantados, como a integração e bilhete
único", ressalta.
O superintendente da
Integra acrescenta que, nos últimos 12 meses, foi registrada uma média de 22
milhões de passageiros pagantes, abaixo da previsão de 29 milhões. "Isso
afeta a redução de caixa e não há margem para conceder benefícios aos
funcionários", completa.
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