Pouco mais de 20 pessoas protestam em frente ao Terminal Marítimo de Salvador, no bairro do Comércio, na manhã desta segunda-feira (4) e cobram melhorias no serviço de travessia Salvador-Mar Grande.
Os manifestantes repudiam a decisão do juiz Substituto de 2º Grau Adriano Augusto Borges que, na quarta-feira (30), negou o pedido de suspensão da travessia feito Ministério Público do Estado (MP-BA).
Além de faixas e cartazes pedindo a suspensão do serviço, dois caixões foram levados para o local, como forma de lembrar as 19 vítimas do naufrágio com a lancha Cavalo Marinho I - uma das oito embarcações que faziam a travessia.Estamos tristes com o comportamento do judiciário baiano. A nossa iniciativa é defender os direitos das pessoas da ilha, das vítimas e dos familiares. Infelizmente, o juíz não acatou a decisão do Ministério Público, o que mostra que ele não conhece a realidade do local. O judiciário deveria se aprofundar antes de tomar qualquer decisão", diz Cledson Cruz, conselheiro da ilha de Itaparica.
O presidente do Movimento Comunidade Salvador, Afonso Celso, ressalta que o serviço oferecido pelas empresas de transporte marítimo não oferece a segurança necessária para os usuários."Estamos há cinco anos alertando sobre a falta de segurança. As embarcações navegam sem número suficiente de coletes salva-vidas. Às vezes, as lanchas recebem mais passageiros do que deveriam. Foi uma tragédia anunciada", comenta.
De acordo com ele, o movimento está analisando a possibilidade de contratar dois especialistas em navegação para fazer um levantamento sobre as condições de travessia feita pelas duas empresas: CL Empreendimentos - dona da Cavalo Marinho I e a Vera Cruz.
Uma audiência pública está marcada para acontecer na terça-feira (5), às 9h no Espaço Caravelas. na Rua da antiga Brahma, centro de Mar Grande, com o objetivo de pressionar as autoridades. A Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) informou, por meio de assessoria, que não iria se posicionar sobre a manifestação.
Decisão
O juiz Substituto de 2º Grau Adriano Augusto Borges afirmou que para paralisar o serviço totalmente, seria necessário que a parte autora comprovasse com dados concretos que existe a possibilidade de outros acidentes e que a tragédia com a lancha Cavalo Marinho I, que deixou 19 mortos, não foi um fato isolado.
O juiz Substituto de 2º Grau Adriano Augusto Borges afirmou que para paralisar o serviço totalmente, seria necessário que a parte autora comprovasse com dados concretos que existe a possibilidade de outros acidentes e que a tragédia com a lancha Cavalo Marinho I, que deixou 19 mortos, não foi um fato isolado.
Para afastar a presunção de regularidade da fiscalização feita pela Marinha do Brasil e pela Agerba [agência estadual que regula o serviço], adotando tão gravosa medida de paralisação total do serviço, seria necessário que a parte autora trouxesse dados concretos da iminência ou da acentuada probabilidade de nova ocorrência de acidente de consumo, mostrando que a lamentável tragédia do dia 24 de agosto não se tratou de um fato isolado em décadas de travessia", diz a nota enviada pelo Tribunal de Justiça da Bahia.
O juiz alegou também que o pedido do MP fere os princípios de Proporcionalidade e Razoabilidade, que causa uma medida "excessivamente onerosa e prejudicial", sem que tenha sido demonstrado "sua absoluta e concreta necessidade". Ainda de acordo com a decisão, o serviço é uma atividade de interesse coletivo, de caráter essencial. correio24horas
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