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O dispositivo intrauterino (DIU) é um método que tem alta eficácia e é indicado para quem deseja uma contracepção de longo prazo (3 a 10 anos dependendo da versão escolhida). Atualmente, existem duas versões dele: o DIU de cobre e o DIU hormonal.
De acordo com o ginecologista, obstetra e membro da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) Fábio Cabar, o DIU atualmente é usado por 150 milhões de mulheres de vários países e é o método contraceptivo reversível mais frequente no mundo.
“As taxas de falhas são extremamente baixas, de menos de 1 por 100 mulheres no primeiro ano de uso, com a vantagem de poder ser usado por tempo prolongado”, comenta Cabar.
Contudo, no Brasil, ele ainda está longe de alcançar as pílulas anticoncepcionais. “O DIU é subutilizado no Brasil. Em outros países, o DIU com hormônio é muito mais utilizado”, afirma o presidente da Febrasgo, César Fernandes.
Mitos sobre o DIU
Para Fernandes, a baixa adesão ao DIU é decorrente de mitos que fazem com que médicos tenham preconceito e optem por não indicá-lo.flocu/iStock
“Hoje o DIU é retirado por um fiozinho e é muito seguro. Antigamente, ele tinha múltiplos filamentos e isso ajudava as bactérias patogênicas crescerem, provocando doença inflamatória pélvica, entre outras, e mulheres chegaram a morrer por isso. Isso não existe mais, mas alguns médicos ficaram com esta ideia e é difícil quebrar um mito”, explica Fernandes.
DIU pode causar infertilidade?
A ginecologista e professora da Unicamp Ilza Maria Urbano Monteiro comenta que outro mito é achar que o DIU não pode ser colocado em mulheres que ainda não tiveram filhos.
“Este é um conceito antigo. O DIU não prejudica a fertilidade, não causa obstrução pélvica e pode ser uma boa alternativa para adolescentes quem têm dificuldade em lembrar de tomar um remédio de uso diário, como a pílula”, comenta.
Além disso, a ginecologista lembra que a manutenção do treinamento para a colocação de DIU é importante e muitos médicos não têm o hábito de fazê-lo. “Para quem não vê DIU há muito tempo é mais difícil colocar e os médicos tendem a indicar aquilo com que têm mais experiência”, esclarece Ilza sobre uma possível causa da subutilização do método no Brasil.
DIU: vantagens e desvantagens
O DIU hormonal libera o hormônio levonogestrel dentro do útero e impede a passagem dos espermatozoides e a fecundação do óvulo. Além de prevenir a gravidez, ainda reduz o sangramento menstrual excessivo.Lalocracio/iStock
Já o DIU de cobre não libera nenhum tipo de hormônio no organismo e também não oferece riscos para a saúde, já que o cobre não é um metal tóxico. De acordo com a ginecologista Daniela Gouveia, da clínica médica Vivid, ele consegue prevenir a gravidez ao causar uma inflamação no endométrio, que é o tecido que reveste internamente o útero. Esta inflamação faz com que a cavidade uterina se torne um lugar desagradável para o espermatozoide.
A colocação do dispositivo intrauterino geralmente é realizada no próprio consultório médico e a anestesia só é necessária em mulheres que apresentam dor forte durante o procedimento. Ele é indicado para mulheres que desejam uma contracepção de longo prazo (3 a 5 anos).
Efeitos colaterais
Entre os possíveis efeitos colaterais do DIU hormonal estão: menstruação irregular ou ausência de menstruação, acne, dor de cabeça e nas mamas e alteração de humor. Já o dispositivo de cobre não oferece efeitos adversos.
Vale lembrar que, como eles não alteram a ovulação, a mulher pode continuar tendo TPM mesmo sem menstruar.
Contraindicações
Mulheres com infecções nos órgãos reprodutores (atual ou recorrente), no trato genital inferior, anormalidade no colo do útero ou no útero ou miomas que causam deformação da cavidade uterina não podem colocar o dispositivo intrauterino.
Retirada do DIU e gravidez
Caso a paciente decida engravidar, basta que o DIU seja retirado para que a fertilidade volte ao normal, independente do tempo de uso.
Complicações
A expulsão involuntária completa ou parcial do DIU acontece em menos de 10% das usuárias, mas é um risco. Uma possível complicação durante a colocação do DIU é a perfuração do útero, porém é rara . via Dicas de Saúde.
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