Diante das dezenas de
casos de ex-jogadores que se tornaram ídolos de um clube em décadas passadas,
mas não ganharam muito dinheiro no futebol e passam por problemas financeiros
após se aposentarem, o Bahia iniciou programa de auxílio financeiro para os
atletas que marcaram a história da equipe.
Segundo Humberto
Netto, gerente de relações institucionais do clube, foram duas as razões que
levaram o clube a iniciar este projeto. "A atual gestão do clube, do
presidente Guilherme Bellintani tem um projeto de resgatar a história do clube,
e essa é uma das ações. Outra fonte inspiradora foi a situação do
ex-lateral-direito Maílson que tem esclerose lateral amiotrófica em estágio
avançado e passa por dificuldades financeiras que o impediam de ser tratado.
Ele é um dos contemplados no programa", disse.
Desde que Bellintani
foi eleito, em dezembro de 2017, até o programa entrar em vigor, em agosto, o
projeto passou pelo Conselho Deliberativo, onde foi aprovado por unanimidade.
Cinco atletas foram contemplados e mais casos são analisados. Além de Mailson,
Zanata, Jorge Campos, Alberto Leguelé e Naldinho recebem entre um e três
salários mínimos.
"Gratificante"
foi a palavra mais utilizada pelo ex-atacante Naldinho e pelo ex-volante
Leguelé ao falarem da ação do comando do Bahia. "Viram que na época a
gente não recebia um salário digno. Ajuda bastante. Os torcedores que me
encontram dizem que é justo, e eu respondo que fico feliz porque melhora a
situação", relata Leguelé, que recebe um salário mínimo.
Ele jogou no clube
por nove anos, em várias passagens, e ganhou sete títulos baianos. "Fiquei
sabendo pelas redes sociais e por outros atletas. É um reconhecimento
espetacular", conta Naldinho, que recebe dois salários mínimos por ter
diabetes e problema na coluna. Ele jogou no clube entre 1989 e 1996 e foi tricampeão
estadual.
O ex-jogador precisa
enviar um requerimento e o Conselho Deliberativo analisa o caso para que o
ídolo receba o apoio. Segundo Humberto Netto, o dinheiro vem do orçamento do
clube. A ajuda está garantida até o final do mandato de Bellintani em 2020, mas
ele espera que projeto seja mantido pelos seus sucessores.
A TARDE
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