Os
advogados eleitorais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
solicitaram no sábado, 8, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a prorrogação do
prazo para a substituição do candidato do Partido dos Trabalhadores à
Presidência da República, estipulado para o dia 11, por mais seis dias, até o
dia 17. A defesa alega que o prazo é essencial para que o Supremo Tribunal
Federal (STF) possa analisar o recurso contra a decisão do TSE que negou por
maioria de votos o registro da candidatura, antes de uma alteração definitiva
de Lula por Haddad. Os advogados falam que uma decisão definitiva sem análise
do Supremo seria uma "injustiça".
O pedido
foi apresentado à presidente do TSE, ministra Rosa Weber, que também é
responsável pela análise da admissibilidade do recurso extraordinário de Lula
contra a decisão do plenário da Corte Eleitoral que o definiu como inelegível,
na madrugada do dia 1º de setembro. O recurso extraordinário chegou ao gabinete
da ministra Rosa Weber na manhã deste domingo, após a defesa e as partes que
questionam a candidatura apresentarem suas alegações até o sábado.
Lula está
preso desde abril, cumprindo pena de 12 anos e 1 mês, após condenação em
segunda instância, pelo Tribunal Regional Federal da Quarta Região, por
corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex do Guarujá-SP. Na próxima
terça-feira, dia 11 de setembro, vence o prazo para mudança na cabeça da chapa
e a ausência de substituição deixaria a coligação petista fora da disputa
presidencial.
"Corre-se
o grave risco de um registro de candidato a Presidente da República, julgado em
sede originária por este Tribunal Superior Eleitoral, com dois votos vencidos
justamente (de dois Ministros integrantes da Suprema Corte), ver o seu direito
perecer, sem que sequer o Supremo Tribunal Federal possa analisar o seu
direito, inquestionavelmente fundado em bases estritamente constitucionais, já
que o prazo de substituição imposto à Coligação pelo acórdão objeto do apelo
extremo (outra quebra de jurisprudência, como se verá) termina no dia 11/10,
terça-feira, muito embora a Lei autorize trocas até o dia 17/10. É
gravíssimo"", afirma a defesa de Lula.
Os
advogados observam que o pedido de efeito suspensivo apresentado no Supremo
Tribunal Federal depois da rejeição do registro da candidatura de Lula foi
negado pelo ministro Celso de Mello, em uma decisão na qual pontuou que, como o
TSE ainda não analisou a admissibilidade do recurso extraordinário, caberia à
própria presidente da Corte Eleitoral, Rosa Weber "praticar os atos
inerentes ao poder geral de cautela".
O plenário
do TSE negou o registro de Lula por 6 votos a 1. O ministro Edson Fachin foi o
único que votou a favor do ex-presidente, considerando o pronunciamento do
Comitê de Direitos Humanos da ONU a favor das possibilidade de Lula. Por 5 a 2,
o TSE também negou na mesma sessão o direito de Lula aparecer no horário
eleitoral na condição de candidato, sendo derrotados nesse ponto Fachin e a
própria presidente do TSE, ministra Rosa Weber. A defesa de Lula lembra que
justamente dois ministros do Supremo tiveram divergências em maior ou menor
extensão quanto à decisão que impede a candidatura do petista, ao insistir na
prorrogação do prazo, afirmando que uma liminar é "imperiosa" para
evitar uma "injustiça".A defesa diz que o pedido do efeito suspensivo
não é necessariamente até 17 de setembro, mas "apenas até a decisão do
plenário do Supremo, em decisão sumário ou final no RE ou no efeito efeitos
suspensivo no RE". Diz a defesa que essa decisão "pode se dar a
partir de quarta-feira, dia 12 de setembro". "Um dia não pode
enterrar viva (sub judice) uma candidatura que tem 40% das intenções de votos
nas pesquisas", dizem os advogados Luiz Fernando Casagrande Pereira, Maria
Claudia Bucchianeri Pinheiro e Fernando Gaspar Neisser.
A TARDE
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