Antes
mesmo de tomar posse, o ministro da Educação, Carlos Decotelli, deixou o cargo
após o presidente Jair Bolsonaro ter aceitado seu pedido de demissão na tarde
desta terça-feira, 30. A decisão de deixar o governo foi tomada após o
currículo de Decotelli ter sido questionado por universidades estrangeiras e
pela Fundação Getulio Vargas. Ele ficou cinco dias no cargo. É o terceiro
ministro da Educação de Bolsonaro a deixar o cargo em um ano e meio de governo.
Decotelli se
reuniu com o presidente, no final da tarde de segunda-feira, e após a conversa
disse que continuava ministro. Mas a situação dele ficou ainda mais grave com a
divulgação de uma nota pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), na segunda-feira,
negando que o ministro tenha sido professor das escolas da instituição. Segundo
a fundação, ele atuou como professor colaborador “apenas nos cursos de educação
continuada, nos programas de formação de executivos”.
O mais
cotado para assumir o MEC, conforme reportagem do jornal Folha de S. Paulo, por
ora, é Anderson Correia, atual reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica.
São cotados também o secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, o
ex-assessor do Ministério da Educação Sérgio Sant'Ana e o conselheiro do CNE
(Conselho Nacional de Educação) Antonio Freitas, que é pró-reitor na FGV e cujo
nome aparecia como orientador do doutorado não realizado por Decotelli.
A
preocupação dos militares e de educadores é que integrantes ligados a Olavo de
Carvalho agora tenham argumentos para indicar um nome que prevaleça. O deputado
Eduardo Bolsonaro teria sugerido Sérgio Sant'ana, ex-assessor especial de
Abraham Weintraub e ligado a olavistas do governo. O nome de Ilona Becskehazy,
que é a atual secretária de Educação Básica no MEC, também está sendo defendido
por grupos considerados ideológicos.
Na
segunda-feira, o presidente chamou Decotelli para uma conversa e postou nas
redes sociais que o economista estava sendo vítima de críticas para
desmoralizá-lo. Mas deu um recado. “O Sr. Decotelli não pretende ser um
problema para a sua pasta (Governo), bem como, está ciente de seu equívoco.” E
não indicou que haveria posse, anteriormente marcada para esta terça.
A TARDE
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