quinta-feira, 18 de junho de 2020

Escolas criam novo jeito de ensinar



A suspensão das aulas na rede estadual de ensino foi uma das primeiras medidas adotadas na Bahia, em decreto do dia em 16 de março, 10 dias após a confirmação do primeiro caso de Covid-19. Além de Salvador, Feira de Santana e Porto Seguro figuravam naquele primeiro decreto, previsto inicialmente para durar 30 dias. Ainda em março a medida atingiu os aproximadamente 800 mil alunos matriculados na rede estadual e foi replicada em municípios e também na rede privada de educação.


Prorrogado por diversas vezes, o decreto continua vigorando até 21 de junho, podendo ser renovado. Sem estimar uma data, uma nota da Secretaria Estadual de Educação diz sobre a volta às aulas que “os encaminhamentos sobre os protocolos a serem adotados estão sendo definidos”.


Para minimizar os efeitos negativos da falta de aulas no aprendizado, desde o dia 31 de março mais de 840 atividades, com roteiro de estudos divididos por área do conhecimento, já foram disponibilizadas no portal do órgão, segundo a Secretaria de Educação.


Nesses três meses as equipes pedagógicas, professores e coordenadores dos municípios baianos têm reinventado o jeito de ensinar. Iniciativas inovadoras fazem a diferença neste momento. Com a suspensão das aulas está em andamento um processo de transmissão de conhecimento por meios antes não tão usuais na maioria das escolas.


Um destes projetos está na cidade de Santo Estêvão, onde professores da rede municipal de ensino criaram um programa em emissora de rádio local (Rádio Paraguassu FM) para contar histórias e passar recados para os alunos. “Além das atividades enviadas de forma digital e entregues presencialmente, a quem não tem acesso à internet, também temos a contação de histórias na rádio. Uma forma lúdica e divertida de os estudantes ouvirem suas professoras. Nossa missão é cuidar das pessoas”, disse o prefeito Rogério Costa, afirmando que também estão sendo disponibilizados vídeos com contação de histórias.


Em Ibotirama, além das medidas costumeiras para contenção da doença, o prefeito Terense Lessa está apostando em ações colaterais, por áreas de atuação. Uma delas é o Prêmio Reginaldo Pereira, voltado para produções artísticas e culturais, que foi concebido para ocorrer sem eventos com aglomeração de pessoas durante os próximos meses. “Estamos desenvolvendo ações como essa para dar o suporte que a classe precisa neste momento”, conta.


Conhecida por manter um dos festivais de música popular mais antigos do Brasil, a cidade ribeirinha do São Francisco tem tradição e seus munícipes se orgulham desta veia artística local. Diante da situação de pandemia, o prefeito já anunciou que toda a programação presencial relativa aos festejos de emancipação política, comemorada sempre durante o mês de agosto com eventos diversos, não acontecerá este ano. A medida refletirá não apenas no meio cultural e artístico, mas afetará o comércio e ramos como de hospedagem e alimentação.


Em Nazaré das Farinhas, a gestão tem se empenhado em manter o vínculo dos alunos que estão sem aulas presenciais. De acordo com a prefeita Eunice Barreto, as equipes das escolas do município têm aplicado atividades domiciliares aos estudantes, “de suporte digital ou não digital, por meio de vídeo aulas, lives e material impresso, como meio de compensação pela interrupção”.



A TARDE 

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