Com atuações
convincentes nos primeiros jogos do ano que fez com o time principal, o Bahia
empolgou a galera. Goleadas por 4 a 0, 5 a 0, 6 a 0, 7 a 3 eram os prognósticos
que mais saíam das bocas tricolores. Mas o Vitória encontrou o antídoto para o
oba-oba: empenho e luta.
Assim, depois de sair atrás no marcador, foi buscar o empate
por 1 a 1, que frustou a turma do Esquadrão na Fonte Nova – que, por
recomendação do Ministério Público da Bahia (MP-BA), voltou a receber torcida
única num clássico.
A igualdade no primeiro Ba-Vi de 2019 aumentou a
invencibilidade do Bahia no confronto (agora, são 11 partidas sem perder para o
rival). Porém, só quem teve motivos para comemorar neste domingo foi o Vitória,
inferior e jogando em território inimigo.
O resultado levou o Esquadrão, provisoriamente, à liderança
do Grupo B da Copa do Nordeste – ainda poderia ter sido ultrapassado pelo CSA,
em jogo que terminou após o fechamento desta edição. Já o Vitória era o quarto
colocado do Grupo A, mas ainda poderia cair duas posição até o fim das partidas
do domingo.
O próximo desafio do Rubro-Negro é pelo Baianão. Na
quarta-feira, recebe o Jequié às 19h30. Já o Tricolor tem pela frente uma
maratona. Joga na quarta pelo Baiano, às 21h15, em Alagoinhas, contra o
Atlético, e no dia seguinte estreia na Sul-Americana: recebe na Fonte, às
19h15, o Liverpool-URU.
Superioridade e castigo
Desde o início do clássico, o Bahia mostrou a ampla
superioridade que já se havia notado desde as primeiras partidas da temporada.
E criou a chance inaugural de gol aos seis minutos, quando Artur levantou em
cobrança de falta e Moisés cabeceou para grande defesa de Ronaldo. No rebote, o
mesmo Moisés foi parado de novo pelo goleiro do Leão.
Aos 12, Rogério tentou de longe e Ronaldo espalmou. Três
minutos depois, em contra-ataque, Gregore arrancou com a bola, mas, ao invés de
acionar um companheiro, preferiu finalizar de fora. Errou por muito.
O Vitória se posicionava com linhas de marcação
excessivamente recuadas, e foi justamente numa situação em que se apresentava
totalmente no campo de defesa que acabou sendo vazado aos 18 minutos. Gregore
encontrou ótimo lançamento para Artur, que ajeitou de cabeça para uma linda
bicicleta de Gilberto. Foi o sexto gol do artilheiro em sua quarta partida no
ano.
Em vantagem no placar, o Bahia não manteve o ritmo, apesar
de seguir melhor em campo. Relaxou e correu riscos com falhas na saída de bola.
Nada que causasse calafrios. O primeiro chute do Vitória a gol veio só aos 23.
Uma finalização torta de Jeferson, de muito longe.
Mas o Esquadrão também criava menos. Só voltou a ter
oportunidades nos minutos finais do primeiro tempo. Aos 36, Artur cobrou falta
para Jackson cabecear. Ronaldo pegou. Dois minutos depois, Artur, o melhor em
campo, arrancou desde o campo de defesa e mandou uma bomba por cima da trave.
Aos 41, o mesmo Artur puxou contra-ataque e tocou para Gregore, que deixou o
gol certo para Rogério. Ele conseguiu perder.
E as chances jogadas no lixo cobrariam seu preço, muito alto
para o Tricolor. O Vitória começou o segundo tempo mostrando uma vivacidade bem
maior. No primeiro minuto, fez sua melhor jogada na partida. Após tabela,
Andrigo chutou para boa defesa de Douglas. Logo em seguida, em lance parecido,
foi a vez de Jeferson soltar o pé e arrancar suspiros.
O Bahia não demorou a responder. Aos 11, Artur doutrinou.
Foi à linha de fundo, driblou o marcador e mandou um balaço, desviado por
Ronaldo e que ainda explodiu no travessão. Três minutos depois, o baixinho
canhoto deu mole. Recebeu de Guilherme e ignorou o deslocamento dos colegas
para tentar novo chute, sem perigo.
Mas um lance de extrema felicidade de Matheus Rocha,
estreante em seu primeiro jogo como profissional, mudaria o rumo das coisas.
Aos 18 minutos, ele pegou uma sobra e soltou um petardo de pé direito. Golaço!
Naquele momento, embora não sofresse sustos, o Tricolor mantinha o jogo em
banho-maria. Tanto que tinha deixado o Vitória equilibrar estatísticas como
posse de bola (52% a 48%) e escanteios a favor (5 a 4). Teve o castigo merecido
e, depois, não foi capaz de buscar o triunfo.
Um dos motivos foi a perda de seu melhor atleta, Artur, que
saiu com cãibra. Guilherme, lento em demasia, poderia ter dado lugar a Shaylon,
mas o técnico Enderson Moreira preferiu atender ao pedido da torcida. Manteve
Guilherme e trocou Rogério por Fernandão, ainda visivelmente fora de forma.
Como era de se esperar, não deu certo. A única chance criada
pelo Bahia até o final foi numa cobrança de escanteio de Guilherme. Sozinho,
Gilbertou testou para fora.
O Vitória também não se assanhou muito. E até trocou um meia
ofensivo, Ruy, por um zagueiro, Ramon. Justo. Pela situação difícil que vive e
o oba-oba que se criou do lado tricolor, o empate tinha mesmo que ser
comemorado.
A TARDE
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