O presidente do
Flamengo, Rodolfo Landim, disse neste domingo, 24, que a intenção do clube de
futebol é indenizar as famílias dos dez adolescentes mortos no incêndio no
Ninho do Urubu, centro de treinamento do clube, com valores na casa do dobro do
verificado na jurisprudência de casos semelhantes, objeto de decisão no
Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O dirigente não citou
valores, mas deu a entender que a jurisprudência nesses casos registra valores
abaixo o pedido em negociação com a Defensoria Pública do Estado do Rio de
Janeiro, o Ministério Público Estadual e o Ministério Público do Trabalho.
"O Flamengo está
sempre empenhado a chegar a um acordo o mais rápido possível com essas
famílias", afirmou Landim, em entrevista coletiva na tarde deste domingo,
na sede do Flamengo, na Gávea, zona sul do Rio.
O incêndio, ocorrido
no último dia 8, atingiu um contêiner usado como alojamento das categorias de
base do futebol, no centro de treinamento localizado na zona oeste do Rio. Ao
longo da semana, algumas famílias de vítimas demonstraram descontentamento com
a postura dos dirigentes do Flamengo e com os valores inicialmente oferecidos
pelo clube.
Após uma reunião de
conciliação entre famílias, autoridades e representantes do Flamengo, na última
terça-feira, a procuradora Danielle Cramer, do MPT-RJ, informou que o clube
ofereceu de R$ 300 mil a R$ 400 mil por família, enquanto as autoridades
sugeriram R$ 2 milhões para cada.
Landim e um advogado
contratado pelo Flamengo alegaram preocupações com a privacidade e a segurança
das famílias para manter valores sob sigilo. Segundo o dirigente, os valores
citados nas negociações seriam "um piso". Landim disse ainda que não
é possível pagar "dez ou 100 vezes o valor" da jurisprudência. Os
casos usados como referência na jurisprudência "são situações mais
próximas, casos de crianças sob a guarda de empresa ou de alguém" e não o
incêndio na boate Kiss, no Rio Grande do Sul, não seria um deles, completou
Landim.
O presidente do
Flamengo disse ainda que algumas das famílias que relataram descontentamento
com a negociação estavam sob orientação de advogados particulares, enquanto o
clube tem orientado os familiares a recorrerem à Defensoria. Landim frisou
também que a posição do Flamengo é por negociar os valores de indenização caso
a caso, conforme a necessidade de cada família, em vez de firmar um acordo
igual para todas elas.
A TARDE
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