Há 20 anos fora de
funcionamento, o ferry Monte Serrat que está ancorado na Marina de Aratu corre
risco de afundar. Segundo relato de trabalhadores da região, o ferry está
oferecendo risco não só a vida humana, mas também a fauna marinha.
A equipe da
reportagem de A TARDE visitou as embarcações desativadas Monte Serrat e Ipuaçu.
O Ipuaçu que está há cinco anos no local apresenta melhor estado de
conservação. Já Monte Serrat a situação é crítica. O efeito do tempo e do
salitre deixou a embarcação irreconhecível com rachaduras ao redor do casco e
nas extremidades.
O espaço que
funcionava como pátio para os veículos em transporte durante a travessia, agora
deu lugar a ferrugem. É possível observar que as chapas de ferro estão
apodrecidas. A área externa ainda apresenta outros riscos para os trabalhadores
da Marina de Aratu. Ao longo da sua estrutura, vários buracos foram surgindo no
piso de sustentação da embarcação.
Segundo informações
dos funcionários, recentemente um operário que realiza vistoria no ferry pisou
em uma área enferrujada que, em seguida, desabou. O trabalhador caiu do
primeiro andar e foi parar no porão.
A embarcação está há
20 anos fora de funcionamentoA embarcação está há 20 anos fora de funcionamento
Riscos
Como forma de
minimizar os riscos de acidentes, placas de ferro e madeira foram colocadas na
área danificada. Um outro sinal do abandono é o crescimento de vegetação nas
extremidades das portas e janelas. Outras estruturas de ferro dos corrimãos de
proteção, bote, colete salva vida e fios são equipamentos que, também, estão
espalhados na área onde ficavam os veículos. O piso do banheiro também cedeu
por efeito da ferrugem.
Na área interna, o
problema é pior. As mesas e bancos que ficam do restaurante ainda estão no
mesmo lugar. No entanto, o perigo para a vida marinha está no porão. Após uma
parte do piso cair, a casa de máquinas acumula água da chuva e óleo de
combustível, sendo que o nível sobe cada vez mais.
Segundo um
trabalhador que não quis se identificar, o porão já acumula quase 1 metro de
água e óleo. Ele destacou que para retirada do conteúdo seria necessária a
atuação de empresa especializada para não cair no mar.
No porão ainda
esconde outro perigo, pois abriga a caixa de gordura da lanchonete que acumula
água do mar por conta de rachaduras no casco. "Temos que ligar todos os
dias uma bomba por três horas para retirar a água do ferry. Sem esse
procedimento, ele pode afundar em um tempo mínimo de 28 horas", disse o
funcionário.
Ele ainda destacou
que no casco existem fendas ainda maiores e que estão separadas apenas por 40
cm do nível do mar. Caso esse nível fique menor, o estrago pode ser grande e o
ferry pode naufragar. "Sem o bombeamento o nível não desce, vai entrar
mais água pelo casco e vai inundar os porões. Todo mundo fica preocupado que
isso aconteça", disse.
Os responsáveis pela
Marina de Aratu informaram que consultaram a Agência Estadual de Regulação de
Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) para
comunicar a situação das embarcações. Um funcionário informou que a Marina não
recebe ajuda do governo para manter as embarcações. Ele destacou que os ferries
foram deixados com a proposta de virar um naufrágio artificial, mas, até o
momento, nenhum órgão demonstrou posicionamento sobre o assunto.
Medidas
Procurado pela equipe
de A TARDE, o governo estadual informou que a Secretaria da Administração
(Saeb), juntamente com a Secretaria da Infraestrutura (Seinfra), a Agerba e a
Procuradoria Geral do Estado (PGE) estão adotando medidas para a regularização
do equipamento e posterior venda em leilão.
A TARDE
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