quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Bolsonaro demonstrou desprezo que ele tem pela mulher, avaliam especialistas


A participação do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) no Jornal Nacional, na noite desta terça-feira (28), dividiu opiniões nas redes sociais e ressaltou as características que o fizeram chegar aonde chegou, com seu discurso inflamado que promete acabar com a criminalidade e restaurar uma ordem social supostamente perdida. Para o historiador político e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Carlos Zacarias, ficou clara a intolerância que o candidato dispensa às mulheres.

“Bolsonaro foi aquilo que é: agressivo. Falou alto. Teve um momento em que ele dirigiu a palavra a [William] Bonner quando deveria ser para Renata [Vasconcelos], prova de que ele subestima a mulher”, avaliou.

“O público dele está pouco preocupado se ele é machista, racista, homofóbico. Que ele tem 27 anos de Congresso. Ele disse com orgulho que sempre foi do baixo clero, nunca vi isso”, prosseguiu, apostando, no entanto, que Bolsonaro perderá apoio após o início da publicidade na TV.

“Bolsonaro só consegue falar para os homens e, pelo que se viu ontem, com os homens. Ele não suporta mulheres que o enfrentem".


“É provável que Bolsonaro tenha batido no teto. Vai desidratar com os oito segundos de TV. Ele vai perder eleitores, que devem ir para o PSDB, principalmente, e alguns para o PT. Pode acontecer o efeito manada”, sugeriu.

Em seu perfil no Facebook, o também professor da Ufba Wilson Gomes avaliou que o candidato “está ganhando por causa dos homens (cerca de 40%), mas não consegue crescer porque as mulheres o rejeitam (apoio de cerca de 24%)”.

“Bolsonaro, contudo, só consegue falar para os homens e, pelo que se viu ontem, com os homens. Em algumas semanas apenas, conseguiu quase sair na mão com Julia Duailibi, Míriam Leitão, Marina Silva e Renata Vasconcelos. Bolsonaro não suporta mulheres que o enfrentem. Ontem novamente mostrou que não apenas não sustenta pautas favoráveis às mulheres, como sequer respeita as mulheres que o entrevistam ou sabatinam”, escreveu.

“Se tem alguma tática para vencer a disputa pelo voto feminino, ainda não a mostrou. Ao contrário, imagino que a repulsa feminina por sua figura e candidatura deve ter aumentado ainda mais depois do episódio de ontem”, completou.

Segundo o especialista, conquistar o voto feminino será o principal desafio de Bolsonaro. “Aparentemente, os afetados pelo racismo e pela homofobia não conseguem ser uma força eleitoral capaz de impedir o sucesso de uma candidatura como a de Bolsonaro. O voto feminino, que representa 52% do eleitorado brasileiro, sim. É o osso duro de roer em que o bolsonarismo, por enquanto, vai quebrando os dentes”, pontuou.


BCNES

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comunicação Web

homem é morto na varanda de sua residência em Irara

  Na noite passada (13), por volta das 20h, um homem de 30 anos foi encontrado morto na varanda de sua residência na Fazenda Boa Vista, muni...