terça-feira, 13 de março de 2018

Marcha pelo centro abre Fórum Social Mundial 2018


Movimentos sociais do mundo todo, representando pautas minoritárias diversas, marcharam pela região central de Salvador, na tarde desta terça-feira, 13, marcando a abertura oficial do Fórum Social Mundial 2018, que acontece até sábado, 17, na cidade.

Ao som do cantor de reggae Edson Gomes, apitos e gritos repetidos de “Fora, Temer!” – e carregando cartazes e faixas sobre uma miríade de pautas nacionais e internacionais –, a multidão era formada por centrais sindicais, partidos políticos de esquerda, entidades feministas, do movimento negro, ativistas LGBTQI, estudantes, povos indígenas, comunidades tradicionais de matriz africana, entre outros grupos políticos.

Representantes das comunidades cubana, palestina e de outros países de origem muçulmana deram o caráter ‘internacional’ do evento, que, em contraponto ao Fórum Econômico Mundial de Davos, carrega desde 2001 o lema “Um outro mundo é possível”. A marcha, que não teve o público estimado até a noite desta terça, saiu da praça do Campo Grande, indo até a praça Castro Alves. Um grande grupo seguiu mais alguns metros, entretanto, chegando ao Palácio Thomé de Souza, onde eram ouvidos gritos de “Fora Temer e leve ACM”.

Carregando uma faixa criticando o bloqueio econômico dos Estados Unidos à ilha comunista, a ativista Yarisleidis Medina Valle, do Instituto Cubano de Amizade com os Povos, defendeu, durante o percurso, a relevância do fórum.

“É um espaço de grande importância para todos os povos e para todas as pessoas que lutam por um mundo melhor”, afirmou ela, referindo-se, na sequência, aos recuos empreendidos pelo presidente Donald Trump nas negociações com Cuba, abertas pelo seu antecessor, Barack Obama.

“Hoje estamos num processo muito ruim e isso precisa ser debatido, porque impossibilita o desenvolvimento de Cuba”, disse.

Já a militante LGBTQI+ Keila Simpson, presidenta Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), pregou a unificação das pautas presentes no evento.

“A pauta LGBTQI perpassa por todos os movimentos e aqui [no Fórum 2018] ela aparece para não sair mais da ordem do dia, para que os movimentos entendam a importância da interseccionalidade e entendam que o movimento LGBTQI não é um movimento destacado, mas vem para juntar essas pautas”, disse Simpson.

E completou: “Estamos aqui para dizer que só vamos vencer quando unificar nossas lutas para combater o preconceito que está aí”.

Antes, durante a concentração, índios da tribo Pataxó, do município de Pau Brasil, localizado no sul da Bahia, realizaram um ritual de dança para a abertura da 13ª edição do evento.

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