Movimentos sociais do
mundo todo, representando pautas minoritárias diversas, marcharam pela região
central de Salvador, na tarde desta terça-feira, 13, marcando a abertura
oficial do Fórum Social Mundial 2018, que acontece até sábado, 17, na cidade.
Ao som do cantor de
reggae Edson Gomes, apitos e gritos repetidos de “Fora, Temer!” – e carregando
cartazes e faixas sobre uma miríade de pautas nacionais e internacionais –, a
multidão era formada por centrais sindicais, partidos políticos de esquerda, entidades
feministas, do movimento negro, ativistas LGBTQI, estudantes, povos indígenas,
comunidades tradicionais de matriz africana, entre outros grupos políticos.
Representantes das
comunidades cubana, palestina e de outros países de origem muçulmana deram o
caráter ‘internacional’ do evento, que, em contraponto ao Fórum Econômico
Mundial de Davos, carrega desde 2001 o lema “Um outro mundo é possível”. A marcha, que não teve o público estimado
até a noite desta terça, saiu da praça do Campo Grande, indo até a praça Castro
Alves. Um grande grupo seguiu mais alguns metros, entretanto, chegando ao
Palácio Thomé de Souza, onde eram ouvidos gritos de “Fora Temer e leve ACM”.
Carregando uma faixa
criticando o bloqueio econômico dos Estados Unidos à ilha comunista, a ativista
Yarisleidis Medina Valle, do Instituto Cubano de Amizade com os Povos,
defendeu, durante o percurso, a relevância do fórum.
“É um espaço de
grande importância para todos os povos e para todas as pessoas que lutam por um
mundo melhor”, afirmou ela, referindo-se, na sequência, aos recuos empreendidos
pelo presidente Donald Trump nas negociações com Cuba, abertas pelo seu
antecessor, Barack Obama.
“Hoje estamos num
processo muito ruim e isso precisa ser debatido, porque impossibilita o
desenvolvimento de Cuba”, disse.
Já a militante
LGBTQI+ Keila Simpson, presidenta Associação Nacional de Travestis e
Transexuais (Antra), pregou a unificação das pautas presentes no evento.
“A pauta LGBTQI
perpassa por todos os movimentos e aqui [no Fórum 2018] ela aparece para não
sair mais da ordem do dia, para que os movimentos entendam a importância da
interseccionalidade e entendam que o movimento LGBTQI não é um movimento
destacado, mas vem para juntar essas pautas”, disse Simpson.
E completou: “Estamos
aqui para dizer que só vamos vencer quando unificar nossas lutas para combater
o preconceito que está aí”.
Antes, durante a
concentração, índios da tribo Pataxó, do município de Pau Brasil, localizado no
sul da Bahia, realizaram um ritual de dança para a abertura da 13ª edição do
evento.
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