Pela primeira vez desde abril, os números de casos e mortes por covid-19 no Brasil estão em queda. Infectologistas consideram uma retração consistente quando há uma variação acima de 15% nos índices epidemiológicas considerando as duas semanas anteriores.
Considerando as duas últimas semanas, a média móvel no país de casos foi 23,42% inferior, enquanto a média móvel de mortes caiu 22,72%, o que coloca o Brasil em uma situação de queda nos dois índices.
A última média móvel analisada foi de 55.322,9, a menor desde o dia 28 de fevereiro. Já a média de mortes foi de 1.563, número mais baixo desde 8 de março. Ainda assim, a média de casos e mortes de Covid-19 é maior do que todo o ano de 2020, mas apresenta uma retração considerando o pico de 2021.
A vacinação de idosos surge como principal fator para essa diminuição. É perceptível a queda no número de mortes entre aqueles com mais de 60 anos.
"As quedas de internações, de ocupação de leitos de UTI e de mortes podem ser atribuídas principalmente à vacinação, porque os grupos prioritários, com maior risco, em geral já receberam a vacina. Mas, na população, a parcela de vacinados ainda é baixa", disse ao jornal O Globo, Paulo Petry, professor de epidemiologia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Nesta semana, o Brasil alcançou a marca de 12% da população imunizada com duas doses. Pouco mais de 22% tomaram apenas uma dose de imunizantes contra a covid-19. Outros países com vacinações mais avançadas, diminuíram as restrições com grande parte da população com uma dose e pelo menos 50% totalmente imunizada, como é o caso de Israel, Estados Unidos e Inglaterra.
O Brasil tem doses de vacinas compradas o suficiente para imunizar o público-alvo até o final do ano. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou repetidas vezes que até o final de setembro, todos os brasileiros adultos terão recebido ao menos uma dose da vacina contra a covid-19.
"Nós estamos vivendo agora um momento em que dá para ver uma luz no fim do túnel", afirma Paulo Petry.
No entanto, mesmo com a melhora durante o mês de junho, a situação da pandemia no Brasil ainda é alarmante. "Apesar de a situação estar melhor, a gente ainda está muito longe de estar bem. Se a gente estivesse no primeiro ano da pandemia, hoje a gente estaria no pior dia do ano", disse ao O Globo, Márcio Bittencourt, médico do Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica do Hospital Universitário da USP.
A TARDE
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