quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Gato mourisco é encontrado dentro de casa em cidade da Bahia




Um jaguarandi adulto, popularmente conhecido como gato mourisco, foi encontrado por moradores dentro de uma casa no distrito de João Amaro, na cidade de Iaçu, que fica a cerca de 280 km de Salvador. A situação aconteceu na segunda-feira (17).

O animal não tinha ferimentos e, segundo informações da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), foi resgatado por agentes da Companhia Independente de Polícia e Proteção Ambiental (Cippa) de Lençóis.


Embora seja um animal silvestre, segundo a SSP, o chefe da seção de planejamento operacional da Cippa, capitão Bruno Pimentel Garrec, relatou que, o gato mourisco estava bastante tranquilo e aparentava ser domesticado.


Ainda de acordo com a SSP, os moradores da casa onde o felino foi encontrado disseram que dois animais da espécie apareceram no local, porém, assustado, um deles fugiu para uma região de mata.


O jaguarandi foi encaminhado para o Centro de Acolhimento de Animais Silvestres do Parque Estadual Sete Passagens, pertencente ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), no município de Miguel Calmon, e, em seguida, foi devolvido à natureza.



Sobre o jaguarandi

Consultado pelo G1, o biólogo Hugo Fernandes, que é professor da Universidade Estadual do Ceará (UECE) e membro do Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Pequenos Felinos (ICMBio), explicou que o Puma yagouaroundi, conhecido como jaguarundi ou gato mourisco, é uma espécie de felino ameaçada de extinção.

Conforme o especialista, "embora seja bem distribuída no Brasil, a perda de habitat, a caça e o atropelamento são os principais fatores que ameaçam a espécie, que se encontra na categoria 'vulnerável à extinção' na lista brasileira de animais ameaçados".


A espécie pode apresentar vários padrões "físicos". "Uma população de jaguarundis pode apresentar indivíduos de coloração negra, como também de cor alaranjada ou acinzentada, por exemplo", detalhou Hugo Fernandes.


O biólogo explicou, ainda, que, normalmente, o gato mourisco tem hábitos diurnos, mas em áreas de alta pressão humana, ele pode inverter o período de atividade para o noturno.


Hugo ressaltou que o gato mourisco não oferece nenhum risco ao ser humano, mas que é comum a caça do animal "como forma de eliminar possibilidade de predação de pequenos animais de criação, sobretudo aves". Ele ressaltou que um "simples manejo dessas aves para locais abrigados já praticamente elimina essa possibilidade".


O biólogo destacou que, no caso do animal encontrado em Iaçu, se ele aparentava ser domesticado, há uma grande chance dele realmente ter sido. "Por ser um animal silvestre, sobretudo predador, não é esperado que ele apresente comportamento de tranquilidade em uma ação de manejo humano. Pelo contrário", detalhou Hugo Fernandes.

O especialista ainda citou um exemplo comum em que esse animais acabam sido retirados do babitat natural e levados para o convívio com humanos.


"Uma situação muito comum é as pessoas encontrarem os filhotes dentro ou nas proximidades de suas tocas, sem as mães. A mãe sai para caçar, a pessoa acha que o filhote está abandonado e acaba levando para casa", explicou.


O correto, nessas situações, segundo Hugo, é deixar o animal no habitat dele.



G1 

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