A Polícia Civil de
Pernambuco investiga se um homem preso nesta segunda-feira (30) em Lagoa
Grande, no sertão pernambucano, é o autor ou teve participação no assassinato
da menina Beatriz Angélica Mota, 7 anos, em dezembro de 2015. A vítima, que
vivia com a família em Juazeiro, no Norte baiano, foi morta dentro da escola
onde estudava com 42 facadas.
O crime ocorreu em
Petrolina (PE), durante uma festa de formatura de final de ano de um dos mais
tradicionais colégios particulares da cidade, quando a menina saiu para ir ao
bebedouro perto da quadra. O corpo dela foi encontrado numa sala de material
esportivo desativada. Durante as investigações, a Polícia Civil encontrou dois
perfis de DNA masculino, um na faca utilizada para cometer o delito, e outro na
unha da menina. A polícia fará a comparação do DNA do homem preso com os perfis
encontrados. O resultado sai em 10 dias.
“A saliva do homem
foi colhida pela Polícia Científica no Instituto Médico Legal de Petrolina”,
informou, em nota, a Polícia Civil pernambucana, segundo a qual “o material
genético será comparado ao material recolhido na faca utilizada no crime de
Beatriz.”
O homem foi preso
pela Polícia Militar de Pernambuco por suspeita de ser autor do assassinato de
Jean da Silva Santos, 29, ocorrido no sábado. Em depoimento, segundo a polícia,
o homem negou ter matado tanto Jean quanto Beatriz. Pais lutam por
justiça
Há dois anos, Lúcia
Mota e Sandro Romilton, pais de Beatriz, continuam lutando para que o caso
tenha, finalmente, uma resolução. Em fevereiro do ano passado, dois meses após
o crime, os pais falaram sobre a angústia de não ter pistas sobre a motivação e
autoria do crime. "Esse monstro está solto na sociedade. A gente não sabe
se ele vai agir novamente, com quem ou como. Minha vida parou, em todos os
sentidos. Eu só penso em justiça", disse a mãe da menina Lucia Mota, em
entrevista ao Fantástico, da TV Globo.
O pai, é professor de
inglês da instituição onde o crime ocorreu, narrou o desespero de todos quando
foi notado o desaparecimento da menina. "Parecia uma cena de guerra, as
pessoas gritando e desesperadas. Eu perguntei: 'cadê Bia?'. Me apontaram para uma
sala, perto do bebedouro. Quando eu cheguei na porta tinha um segurança e ele
disse: 'moço, não há mais nada que o senhor possa fazer'", relatou Sandro.
Antes, ele chegou a
interromper a festa e subir no palco duas vezes para chamar pela filha. Uma das
organizadoras da festa também pediu ajuda para localizar a filha caçula do
professor. Na mesma noite, a filha mais velha dele estava entre os formandos do
Ensino Médio. Beatriz era aluna da escola no Ensino Fundamental. Beatriz, ô minha
filha, onde você tá? Ô Bia, tá todo mundo procurando por você, meu amor. Ela
está vestida como eu aqui, com o rosto da irmã. Ela tem sete anos, tava
brincando com a coleguinha. Eu já procurei em todos os lugares que vocês
imaginam nessa escola e ainda não achei minha filha, eu tô desesperado",
disse Sandro, desesperado no palco, antes de saber do pior.( CORREIO)
Imagens internas
durante a festa da escola mostram a última vez que Beatriz foi vista, brincando
com uma amiga. Vinte minutos depois, ela foi encontrada morta por uma faca de cozinha
– os golpes foram no tórax, membros superiores e inferiores. Na época do crime,
a escola só possuía câmeras na portaria, nos corredores e nos pátios.
"Infelizmente, nós não tínhamos instalado as câmeras na quadra",
disse o administrador da escola Carlos André de Melo, na ocasião. "Todas as manhãs
eu acordo e sinto aquele impacto da dor e da realidade. Elucidar um caso como
esse nos traria um pouco de conforto. Trazer Bia de volta, jamais! Mas nos
daria mais tranquilidade", disse o pai de Beatriz.
"É como se algo
tivesse tirando de dentro de mim todas as minhas forças e todos meus
sentimentos", completou a mãe.
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