terça-feira, 24 de outubro de 2017

Delegacia especializada em fraudes na Bahia está 'fechada' há 2 anos

Serviços foram transferidos para delegacias territoriais
Denúncias de suspeitas de fraude como o caso do concurso da Universidade Federal da Bahia (Ufba) deveriam ser investigadas por uma delegacia especializada - como acontece na Paraíba, que deflagrou a Operação Gabarito. No entanto, aqui, a Delegacia de Repressão a Estelionato e Outras Fraudes (Dreof) não recebe novos casos há dois anos.

A unidade fica em um prédio com um letreiro indicando ‘Polícia Civil’, no bairro da Mouraria, em Salvador, sem muitas pistas do que é possível encontrar ali. Nem todo mundo sabe que, naquele mesmo edifício, a poucos metros do Largo da Palma, ficam lotados os policiais que trabalham com a Delegacia Digital e da Dreof.

Mas a Dreof não recebe novos casos desde 15 de maio de 2015, quando uma portaria da Secretaria da Segurança Pública (SSP) prorrogou outra, de 2011, por tempo indeterminado. A mais antiga dizia justamente que todos os serviços da especializada seriam transferidos às territoriais - ou seja, delegacias de bairros. A Dreof deixava, assim, de registrar novas ocorrências.O motivo, segundo a portaria de 2011, foi a necessidade de ‘dar celeridade aos procedimentos policiais’ na Dreof. Na época, o prazo inicial para essa suspensão era de três meses. Mas isso foi em 2011. Em 2015, uma nova portaria prorrogou a primeira – o chamado ‘Mutirão Dreof’- por tempo indeterminado.“A demanda da Dreof é tão grande que a delegacia parou. É como uma empresa que entrou em estado de insolvência e que não tem condições de pagar o mínimo possível”, afirmou o presidente da entidade, Maurício Carvalho.
Para Carvalho, a situação da Dreof acaba pesando sobre as delegacias territoriais. “Elas deveriam poder fazer todo tipo de investigação, mas tem que dar condições. Essa prestação de serviço público requer investimento em capital humano e não somente em estrutura”, pondera.

Sem se identificar, um delegado de uma unidade territorial relatou ao CORREIO as dificuldades no trabalho diário. “A gente tem que investigar roubos, furto, latrocínio, tudo. Com uma equipe pequena, como vamos investigar também estelionatos e fraudes?”, questionou.


Em nota, a Polícia Civil informou que a Dreof tem funcionado normalmente e que, para as vítimas, "não há perdas". Segundo a corporação, o quadro de servidores da unidade é insuficiente, porque muitos policiais civis se aposentaram e, até então, não foram substituídos.

De acordo com a Polícia Civil, há um projeto de reestruturação da delegacia em fase de conclusão, mas a corporação não informou qual é o prazo para a implementação.

Confira o posicionamento da Polícia Civil na íntegra:
A DREOF está funcionando normalmente e apenas novas demandas não estão sendo aceitas. Ainda encontra-se em vigor a portaria do delegado-geral, que suspende temporariamente o registro de ocorrências nesta unidade especializada. Para as vítimas, porém, não há perdas. Elas são encaminhadas às Delegacias Territoriais.

O acervo é significativo e o objetivo é enviar os casos que, hora são apurados, o mais rápido possível à Justiça, inclusive viabilizando diligências para que os crimes não prescrevam.

O quadro da unidade é insuficiente. Gestões estão sendo feitas com a direção do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), ao qual a DREOF é subordinada, no sentido de encaminhar novos servidores. Um grande número de policiais civis se aposentou e, até o momento, ainda não foram substituídos.

Encontra-se em fase de conclusão um projeto de reestruturação desta delegacia, que é o principal pleito feito por nossa equipe, para incrementar o trabalho do mutirão em andamento. Com isso, será possível enviar todos os procedimentos existentes à Justiça.(CORREIO24HORAS)


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comunicação Web

Corpo carbonizado é encontrado em baixo de viaduto em Salvador.

Um corpo de sexo masculino foi encontrado carbonizado, na manhã desta sexta-feira, 22, no bairro do comércio, local conhecido como carandiru...