Pré-candidatos à prefeitura de Salvador e de colégios eleitorais do interior baiano acham que é cedo para falar em adiamento, mas defendem que a data seja empurrada, caso a situação sanitária do País não esteja mais perto da normalidade.
Vice-prefeito e pré-candidato a prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM) acredita que, se a pandemia tiver o pico no país entre junho e julho, será um “caminho natural” a mudança de data. Ele não vê com bons olhos, no entanto, a prorrogação dos mandatos. “Neste momento de consolidação da nossa democracia, abrir esse precedente [prorrogar mandatos] é muito ruim”, opina.
Também pré-candidata na capital baiana, a major Denice Santiago (PT) prega que a saúde da população seja colocada em primeiro lugar. “Essas eleições, como qualquer outro evento que cause aglomeração de pessoas, ainda mais de cunho obrigatório, precisam ser avaliadas a partir da segurança das pessoas. Se essas eleições de outubro não forem seguras para as pessoas, eu defendo um adiamento”, posiciona-se.
A deputada federal e pré-candidata à cadeira do Executivo em Salvador, Lídice da Mata (PSB) analisa que a situação é imprevisível e defende que o Congresso acompanhe o assunto de perto e discuta a possibilidade de adiar as eleições, para deliberação. "Porque eleições sem ter a participação do povo é impossível. Outra situação é a impossibilidade do candidato se apresentar à população. Uma campanha eleitoral só por televisão acho que não mobiliza. Vamos ver como isso vai ficar”, avalia.
Pré-candidata à prefeitura de Salvador pelo PCdoB, a deputada estadual Olívia Santana afirma que a falta de campanha nas ruas está sendo suprida pelas redes sociais. “As redes viraram as ruas. Nós temos ocupado as redes sociais, feito muitas lives, discutido essa situação política do país, da pandemia, da cidade”, declara Olívia.
Já a pré-candidata à prefeitura de Salvador Eleusa Coronel (PSD) diz que não vê vantagem ou desvantagem no possível adiamento do pleito, e acrescenta que as campanhas serão feitas pelas redes sociais, sendo necessária uma adaptação. "Não será possível criar aglomerações, portanto não poderemos fazer comícios ou reuniões presenciais de qualquer tipo. Sendo assim, mais do que nunca, será uma campanha via internet, através das redes sociais, o que exigirá dos candidatos criatividade, inovação e honestidade na comunicação com os eleitores, já que em tempos de fake news a verdade deve prevalecer", afirma.
Com as incertezas quanto à propagação da Covid-19 em Salvador, o pré-candidato Bacelar (Podemos) acredita que ainda é cedo para definir um adiamento do pleito, porque todos os prazos eleitorais estão sendo cumpridos. “Nós vamos ter uma data próxima, que é o período das convenções, entre final de julho e início de agosto, para uma avaliação. Essa é a data crítica. Então, acho que só nesse momento devemos ter uma definição. O adiamento não traz nenhum prejuízo à minha candidatura”, pontua Bacelar.
RMS e interior
Antônio Elinaldo, pré-candidato à reeleição pelo DEM em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, acredita que um possível adiamento não beneficiaria os adversários, que teriam mais tempo para divulgar seus projetos à população. Segundo ele, todos os postulantes partem de condições semelhantes. “Teremos uma eleição praticamente sem rua, sem corpo a corpo, e isso acaba igualando as condições para todos os candidatos. A campanha feita praticamente toda no mundo digital, com o uso ainda mais intenso das ferramentas tecnológicas para chegar às pessoas, e esta é uma condição igual para todos”, analisa.
Quem tem a mesma opinião é Colbert Martins (MDB), que deve concorrer à reeleição para a prefeitura de Feira de Santana. A favor de que as eleições ocorram em outubro apenas se houver segurança sanitária, ele defende que parte dos recursos do Fundo Eleitoral sejam usados no combate ao coronavírus. “Espero que esse dinheiro do fundo eleitoral, do fundo partidário, do TSE, que totaliza mais de
R$ 4 bilhões, tenha uma destinação muito mais necessária agora que é o combate ao coronavírus”, sugere.
Pré-candidato à prefeitura de Vitória da Conquista, Zé Raimundo (PT) disse que está na expectativa de uma orientação do Congresso Nacional, mas que acredita que é um “perigo” o adiamento das eleições municipais de outubro. “Eu entendo que é um perigo prorrogar as eleições nesse momento de crise também das instituições democráticas, de tensões entre o poder Executivo, o parlamento, o Judiciário e os órgãos de controle da sociedade”, diz. “Mas se a situação se agrava não só na pandemia, mas também na economia, acho que caberia um debate no Congresso Nacional com todas as forças políticas”, acrescenta.
O deputado estadual e também pré-candidato a prefeito de Vitória da Conquista, Marcell Moraes (PSDB), afirma ser a favor do adiamento do pleito municipal de outubro até o fim da pandemia do coronavírus, porém destaca que o prazo seria até dezembro. “Sou a favor de só ter nova eleição quando a pandemia acabar 100%. Porém, caso essas eleições sejam prorrogadas, nem vereador nem prefeito deve receber nenhum centavo de salário, apenas trabalhar para o povo, com o acompanhamento de algum membro do Ministério Público. Após passar a pandemia, fazemos a eleição democraticamente”, diz.
O pré-candidato à cadeira do Executivo em Itabuna e ex-prefeito da cidade, Geraldo Simões (PT), pontuou que apesar da previsão do pico da pandemia ser em junho, não há como saber como será o desenvolvimento do vírus. “Pode ser natural o adiamento das eleições, mas dentro do ano. Significa que seja no máximo até dezembro, para que o eleito tome posse em 1º de janeiro”, defende.
Sobre um adiamento do pleito, o médico e pré-candidato em Itabuna Antônio Mangabeira (PDT) disse que isso vai depender do prolongamento da pandemia e que só deve ocorrer se houver uma piora no quadro de contaminados.
“Se tivermos uma solução da pandemia até a metade de junho, eu acredito que poderá haver as eleições tranquilamente, porque, com a gente chegando no mês de julho já tranquilos, tendo condições de fazer as convenções, eu acho que não haveria impedimento”, pontua.
A TARDE
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