Após a inclusão das academias de ginástica, barbearias e salões de beleza na lista de atividades essenciais pelo governo federal e da desaprovação da medida pelo prefeito ACM Neto e pelo governador Rui Costa, empresários das áreas afetadas concordam com a permanência da suspensão das atividades. Profissionais da saúde tem opiniões divergentes.
Na manhã de ontem o prefeito disse que para ele o decreto não tinha valor. “O Supremo já decidiu que prefeitos e governadores têm absoluta autonomia para baixar decretos que normatizem ou restrinjam as atividades nessa situação de pandemia, por tanto, é mais uma decisão do presidente que não conta com nossa concordância”, disse.
Já o governador Rui Costa, pelo twitter, disse que as medidas restritivas sertão mantidas respeitando critérios científicos mundiais. “Manteremos nosso padrão de trabalho e responsabilidade. O objetivo é salvar vidas. Não iremos nos afastar disso”, publicou.
Proprietário de academia de ginástica, o empresário Rogério Fróes, apesar de considerar que as academias sejam serviços essenciais, já que a prática da atividade física favorece a imunidade, acredita que não é o momento de reabertura.
Fróes considera que os gastos com a reabertura poderiam ser elevados com a aquisição de equipamentos utilizados no combate da proliferação do vírus e acredita que no máximo 50% dos usuários retornariam às atividades. “Foi o que aconteceu em Santa Catarina por exemplo. As pessoas não voltaram, elas não se sentem seguras”, disse.
O empresário acrescentou. “Isso vai gerar mais custos por causa das prevenções. Máscaras, álcool em gel, da questão da limpeza e desinfecção do ambiente, isso tem um custo que precisa ser planejado juntamente com os políticos e pessoas envolvidas com o município para a gente voltar com segurança de que aquilo ali é viável para a gente”, pontuou.
A Personal Trainer Paula Sueli trabalha em academias e também atende à domicílio. Com a pandemia, a profissional migrou para o atendimento online. “ acredito ainda não estamos preparadas para essa retomada. Academia é um ambiente de grande circulação, onde as pessoas estarão transpirando, ainda que seja climatizada, então qual seria a logística para isso funcionar?”, indagou.
O proprietário de salão de beleza Marcos Freitas, atua há 18 anos na área e acredita que não seja o momento de retomar as atividades. “Tenho muitas clientes que trabalham em hospital que falam que está começando agora. A maioria delas disse que não vai para o salão, principalmente quem tem alguma doença pré-existente”, disse.
Para o pneumologista e diretor da Associação Baiana de Medicina, Guilhardo Fontes, a liberação gradativa de algumas atividades pode ser positiva já que parte da população, com o isolamento social, tem sofrido com crises de ansiedade e depressão. “Transtornos emocionais tem ocorrido com muito frequência, então, quando se abre a oportunidade de você ter a maior chance de fazer uma atividade física, cuidar da sua aparecia, cortar o cabelo, fazer as suas unhas, isso para quem não faz parte desse grupo, talvez não perceba, mas isso traz um bem estar muito grande, melhora a autoestima, o lado emocional”, pontuou. O diretor ressalta que cuidados devem ser tomados como o atendimento como, por exemplo, atendimento reduzido das pessoas, distanciamento social e a higienização de todo o ambiente.
O médico infectologista Adriano Oliveira, discorda. Para ele, o afrouxamento do distanciamento social só deve acontecer quando houverem evidencias de uma imunização maciça da população, que deve se acalnçar quando cerca de 60% das pessoas forem imunizadas. “Nesse momento, a curva brasileira de aparecimento de acasos é ascendente, todas as semanas há um aumento no número de mortes e de casos. Como liberar esse tipo de atividade, aumentando contato pessoa a pessoa na comunidade sabendo que doença está solta e tomando conta da população? Infelizmente é uma atitude que merece um pouco mais de reflexão” pontuou.
A TARDE
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