De nada adiantou o
alerta feito pelo Instituto Baleia Jubarte, que recomendou à população não
consumir a carne da baleia morta após encalhar na praia de Coutos, no Subúrbio
Ferroviário de Salvador, na manhã de sexta-feira (30). Além de se tratar de uma
prática ilegal, causa riscos à saúde.
A carcaça da baleia
ainda atrai muitos curiosos à praia de Coutos. Nesta segunda-feira (2), por
exemplo, alguns ainda passavam pelo local, onde ainda estão os restos do
animal. Uns reclamavam do mau cheiro, que chega a ser sentido até o outro lado
da Avenida Suburbana, enquanto outros só buscavam a chance de ver o animal de
perto.
Jorge cortou vários pedaços da jubarte encalhada (Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO)
O auxiliar de
pedreiro Jorge Silva, 28 anos, é um deles. Nas primeiras horas de anúncio da
morte do animal pelas equipes de resgate, ele aproveitou para chegar o mais
perto possível e, com um facão, retirou pedaços da carne da baleia, enquanto
ainda estava fresca. O objetivo, segundo conta, era garantir seu estoque de
carne no freezer por dois meses.
“Eu tirei bastante
carne e guardei na geladeira. Devo ter o suficiente para passar uns dois meses
sem ir no açougue. Eu quis aproveitar a oportunidade, usei meu facão e tirei o
quanto pude. Já comi um pouco desde o dia que tirei, gostei do sabor, tem gosto
de carne de boi e, ao mesmo tempo, de peixe”, relatou.
Desde a morte, na
sexta, funcionários da Empresa de Limpeza Urbana do Salvador (Limpurb)
trabalham no local para destrinchar a carcaça. Na manhã desta segunda,
aguardavam a chegada do guincho para a retirada dos restos do animal.
Por meio de nota, a
Limpurb informou que "rebocou a carcaça da baleia da praia de Coutos para
a de Tubarão às 17h, com uso de um barco, após algumas tentativas sem sucesso,
devido à praia ser de difícil acesso e pela dimensão do animal, de cerca de 15
metros de comprimento e 39 toneladas. O novo local foi escolhido por facilitar
o acesso dos equipamentos necessários para a total remoção dos restos do animal
morto".
Acrescentou ainda
que, nesta etapa, serão utilizados uma retroescavadeira, dois caminhões, duas
caçambas, um munck (veículo com guindaste) e dois contêineres de 20 metros
cúbicos. "A equipe inicia o trabalho a partir das 20h, quando a maré
começa a baixar, e segue até que o nível da água permita".
A retroescavadeira
vai retalhar a carcaça, cujos pedaços serão dispostos no contêiner e depois nos
caminhões para posterior encaminhamento ao Aterro Metropolitano Centro (AMC),
localizado no CIA.
CORREIO
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