Local, que tem três pavimentos, está interditado desde 2015
Um imóvel de dois
pavimentos, mais um subsolo, localizado na Avenida Baixa da Fonte, no IAPI,
sofreu desbamento parcial por volta das 14h desta segunda-feira (23). Um
engenheiro da Defesa Civil de Salvador (Codesal) foi ao imóvel no meio da
tarde, além de assistentes sociais para para realizar o cadastro social dos
moradores. O prédio ficou inclinado em 45º C.
O engenheiro
Francisco Costa, coordenador de contingência da Codesal, informou que o prédio
está interditado desde 2015. Os moradores foram evacuados do imóvel e passaram
a receber um auxílio-aluguel. Porém, o terreno foi invadido. Uma outra pessoa
também invadiu o imóvel anexo, que funcionava como oficina de soldagem.
Evacuação
"Este imóvel já
tinha sido vistoriado e quando realizamos a vistoria vimos que ele tinha
rachaduras nos pilares, nas vigas. Notificamos os moradores para sair de
casa", disse. Por causa do risco de desabamento, 20 famílias que moram nos
imóveis nas laterais e ao fundo foram evacuadas pela Codesal temporariamente.
"Houve um recalque parcial de fundação. Ou seja, o pilar do fundo cedeu e
o prédio inclinou", explica o
engenheiro Francisco.
Populares acionaram a
Codesal e a Coelba, temendo que o poste que fica na frente da casa também
cedesse. Debaixo do prédio passa uma rede de esgoto, que às vezes inundava a
casa dos moradores.O engenheiro da Codesal disse que a chuva que caiu na cidade
nesta sexta-feira pode ter prejudicado a fundação.
Desde o meio da
tarde, operários da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), estão no
local tentanto demolir o rpédio. "Eles estão fazendo um corte lateral para
ver se a casa cai. Como a rua aqui é muito estreita não passa máquina,
trator", contou Costa.
Como era impossível
saber para que lado o prédio ia cair e qual o impacto que teria nas casas
vizinhas foi preciso pedir que os moradores do entorno deixassem suas
residências. Próximo das sete da noite, os operários passaram a atacar pela
frente, dando marteladas na fachada.
Foto: Carol Aquino/
CORREIO
Joilza teve que
deixar a casa em que mora às pressas e está com medo de ter que dormir na rua.
(Foto: Carol Aquino/ CORREIO)
Preocupada, a
cuidadora Joilza Matos, 47, aguardava o prédio ser demolido. Ela mora na casa
ao lado da oficina, que corre risco de ser atingido com a queda. "A
oficina do lado é do meu sogro. Um funcionário dele veio avisar que tinha uma
parede rachando. Quando eu cheguei na porta, ouvi um estalo. Aí eu disse: 'Essa
casa vai cair'", contou à reportagem do CORREIO.
Como ficou com medo
de a casa e o poste de energia caírem, ligou para a Codesal e para a Coelba.
"A Defesa Civil veio e disse que era para a gente sair de casa. Eu tirei
som, fogão, bujão, roupa e documentos e coloquei na casa do meu vizinho. Um
monte de gente fez isso e tá tudo lá amontoado", contou.
Apesar de estar
aliviada por não ter acontecido uma tragédia, a cuidadora estava aflita.
"Eu, meu esposo, meu irmão e minha cunhada com filho pequeno estão na rua.
O jeito é ficar aqui na esquina e esperar. Nem eu nem ele (o marido) temos
parentes morando perto", disse.
A Codesal informou
que a evacuação é temporária e preventiva. Após a demolição do imóvel, deve ser
feita uma avaliação dos imóveis do entorno
para saber se os moradores podem voltar para suas casas em segurança.
Não há previsão para a conclusão dos trabalhos de derrubada.
Tragédia anunciada
Recebendo auxílio
aluguel, a antiga moradora do subsolo, Luana dos Reis de Souza, 33, contou à
reportagem do CORREIO que há muito tempo, a residência dava sinal que ia
desabar. "A casa inclinava, rachava a parede do quarto e a parede do
fundo", contou a mulher, que há seis anos desocupou a residência.
"Eu morava no
subsolo, então eu ficava mais vulnerável, né? Fiquei com medo porque eu morava
por lá com meus quatro filhos", contou. Antes de se mudar, ela teve um
grande prejuízo. Debaixo de casa passa uma tubulação de esgoto e quando chovia,
invadia a residência. "Perdi minha geladeira, meu sofá e meu fogão. E
naquela época não tinha auxílio emergência", lembrou.
Hoje ela mora de
aluguel em outra casa no IAPI e conta que ouviu o estalo do desabamento da sua
atual residência. "Eu estava esperando isso acontecer desde o dia em que
eu vim embora", revela Luana.
(CORREIO)
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