Limitações existem
para serem superadas. Pelo menos, sempre foi assim para Glady Maria da Silva,
51 anos. A menina que só conseguiu o direito de estudar aos nove anos por conta
da doença chamada osteogênese imperfeita, conhecida popularmente como “ossos de
vidro”, formou-se em Psicologia e já está cursando a segunda pós-graduação. Por
conta da fragilidade óssea, a baiana já teve mais de 100 fraturas, mas a
persistência para vencer as adversidades foi maior. “As escolas alegavam que
minha presença ia afastar os outros alunos. Quando comecei a estudar, aos 9
anos, já sabia ler e escrever. Aprendi em casa, porque minha mãe não desistiu
de mim”, conta, destacando que com a mãe aprendeu a lidar com olhares e
comentários preconceituosos.
Todos os empecilhos
que poderiam fazê-la desistir, a tornaram mais forte. “Queria conquistar tudo
que as pessoas normais tinham. Queria estudar, trabalhar e, com muita luta,
consegui”, comemora com ar de vitoriosa. Carregada de forma sempre cuidadosa
por pessoas conhecidas para não ter mais uma fratura, ela frequentou a sala de
aula.
Queria
conquistar tudo que as pessoas normais tinham. Queria estudar, trabalhar e, com
muita luta, consegui
Após a conquista do
sonhado diploma, seguiu investindo em conhecimento. Hoje, atende em um
consultório particular, mas não deixa de atuar voluntariamente na área de
Psicologia, amenizando sofrimento de muitos pacientes que não poderiam pagar
pelo atendimento especializado. “Também toco teclado na paróquia que eu
frequento”, acrescenta orgulhosa.
Glady só aceitou a
cadeira de rodas, quando entrou na faculdade e sentiu a necessidade de se
locomover sozinha. “Minha cadeira são minhas pernas. Como ela passei a ter uma
autonomia muito grande, consigo me locomover para onde quero”.
Sonhos literário
Glady pensa em lançar
um livro, uma autobiografia. A obra já tem até título: “Minha Auto Superação”,
Traduzir a própria história em palavras tem sido difícil. “É como se eu
revivesse tudo novamente, pois você acaba acessando muitas emoções, mas eu
espero que esse livro sirva de ajuda e suporte para quem precise”, afirma. O
livro já está em fase de revisão, mas a autora ainda batalha por apoio para
publicação. “Não desisto; sou guerreira”.
Além do livro, ela
não abre mão de um outro sonho: reformar a casa em que mora com a mãe, de 81
anos. Além de adaptar o imóvel às suas necessidades de acessibilidade, o desejo
é dar um pouco mais de conforto para sua mãe, que venceu todas as dificuldades
e a criou sozinha.
Inclusão Educacional
O Educa Mais Brasil,
maior programa de inclusão educacional do país, compartilha histórias
inspiradoras como a da Glady Maria. Muitos jovens sonham em cursar em uma
escola ou faculdade. O que não sabem é que podem contar com o apoio de bolsas
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ATARDE
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